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Enquanto importações desabam, exportações seguem firmes. Mas até quando?
jul, 06, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202028
Ao comparar os primeiros cinco meses de 2020 com o mesmo período do ano passado, as importações parecem ter se mantido razoavelmente bem, com apenas uma modesta queda de 0,11% em relação ao ano anterior. No entanto, isso não conta a história completa, pois as importações nos primeiros meses foram fortes antes da pandemia de coronavírus tomar conta da economia. Em maio de 2020, no entanto, as importações caíram 22% em relação a maio de 2019.
As peças de automóvel têm sido um dos muitos setores afetados. No Brasil, dados da Anfavea indicam que a produção de veículos caiu 49,5% no primeiro semestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019. Os dados do DataLiner mostram que em maio as exportações de pneus caíram 57,54% em relação aos níveis do ano anterior.
Fonte do gráfico: DataLiner
Exportações altas vão se sustentar?
Em relação às exportações, os dados do DataLiner apontam para um crescimento de 3,25% nos embarques de carga em contêineres nos primeiros cinco meses de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019. Embora sejam excelentes notícias, dada a atual situação econômica, não reflete o crescimento fenomenal das exportações de carga não contêiner, principalmente açúcar e soja. O crescimento da carga de contêineres refere-se ao aumento significativo das exportações de proteína animal, principalmente para a China. Dados divulgados na segunda-feira, 6 de julho, pela Abrafrigo, mostram que somente em junho as exportações de carne bovina cresceram 28%, com a China como principal destino.
No futuro, porém, a questão é se esse crescimento das exportações pode ser sustentado. Recentemente, a China – que é de longe a maior razão para o crescimento das exportações de produtos agrícolas brasileiros – divulgou que, devido à sua preocupação com a contaminação de produtos pelo coronavírus, começou a implementar um processo de inspeção mais rigoroso das importações, que deve causar congestionamento de portos e desaceleração do fluxo logístico.
Além disso, nos últimos dias o país asiático revogou temporariamente o direito de alguns matadouros brasileiros exportar para o país. As últimas plantas a perder sua autorização, em 4 de julho, foram dois matadouros de suínos – um pertencente à BRF em Lajeado e outro à JBS em Três Passos, ambos no Rio Grande do Sul.
Em resumo, o mês de julho pode ser um desafio para a balança comercial da região da ECSA, tanto para importações quanto para exportações.
Fonte do gráfico: DataLiner (Para solicitar um demo do DataLiner clique aqui)
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