Economia

Economia dá sinais de recuperação, mas ainda há um longo caminho a percorrer

set, 30, 2020 Postado porSylvia Schandert

Semana202040

A Covid-19 fez estragos não só na saúde e no dia a dia da população do Brasil e demais países do Plate como também na economia. Dados do DataLiner apontam que na comparação dos volumes movimentados na região por contêiner no período de janeiro a agosto nos últimos três anos (importação mais exportação) 2020 registra uma queda de 3,39% em relação a 2019 e 3,99% em relação a igual período de 2018.

Comparativo da Movimentação de Contêineres do Brasil e Plate – Jan a Ago de 2018 a 2020 

Fonte: DataLiner

Mas será a economia chegou no fim do poço em junho e agora começa a ensaiar uma recuperação? Para responder essa pergunta, a equipe da DatamarNews levantou dados estratégicos do DataLiner, que traz os números do comércio exterior da região por via marítima.

Dados do DataLiner apontam que as exportações via contêiner do Brasil e Plate continuam crescendo. Em agosto, o volume foi 5,50% superior ao mesmo mês de 2019.

Exportações via contêiener do Brasil e Plate – Jan a Ago de 2019 e 2020

Fonte: DataLiner

Já em relação às importações, os resultados são negativos. As importações via contêineres da região caíram 23,29% em agosto em relação ao mesmo mês de 2019. Mesmo assim, cresceram 14,43% em relação a julho de 2020.

Importações via contêiner do Brasil e Plate – Jan a Ago de 2019 e 2020

Fonte: DataLiner (Para solicitar um demo do DataLiner clique aqui)

Perspectivas

Apesar de lenta, os números acima indicam uma recuperação da economia em reflexo do afrouxamento das medidas de distanciamento social por causa da Covid-19. Em geral, a população brasileira está mais confiante. O Indicador de Incerteza da Economia (IIE) brasileira, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado neste dia 30 de setembro caiu 14,5 pontos em setembro e chegou a 145,8 pontos. É a quinta queda consecutiva. Ele apresentou fortes altas durante o início da pandemia de Covid 19: 52 pontos em março e 43,4 em abril.

“O resultado reflete a constatação de um retorno sólido das atividades econômicas e a continuidade do movimento de relaxamento de medidas de isolamento social impostas pela pandemia de Covid-19. Apesar da melhora no mês, o indicador ainda está 9 pontos acima do nível máximo anterior a pandemia, alcançado em setembro de 2015”, disse Anna Carolina Gouveia, economista da FGV.

Atividade industrial

Levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta que o mês de agosto registrou os melhores números desde o início da pandemia da Covid-19, o que comprova, para a entidade, que a crise mais aguda ficou delimitada ao segundo trimestre. Na comparação com julho, a produção de autoveículos se destacou (210,9 mil unidades), com crescimento de 23,6% em agosto. Os licenciamentos (183,4 mil) cresceram 5,1%, enquanto as exportações (28,1 mil) caíram 3,4%.

Porém, quando confrontados com os volumes de agosto do ano passado, esses três números registraram quedas superiores a 20%, indicando ainda um longo caminho de recuperação até os níveis pré pandemia. No acumulado dos primeiros oito meses, a comparação é ainda mais desfavorável. Os licenciamentos  recuaram 35%, as exportações  encolheram 41,3% e a produção despencou 44,8%, repetindo volumes similares aos de quase vinte anos atrás. “É como se perdêssemos três meses de vendas internas e quase quatro meses de produção”, analisa Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. “Se não fosse a pandemia, na metade de maio já teríamos chegado aos patamares atingidos nesse fechamento de agosto”, acrescenta Moraes, evidenciando o tamanho das perdas do setor automotivo.

Criação de empregos em agosto

Outro fator que mostra que a recuperação da economia é a criação de empregos. Dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, pelo segundo mês seguido, o país criou empregos formais. Em agosto, 249.388 postos de trabalho com carteira assinada foram abertos. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.

Esse foi o melhor resultado para meses de agosto desde 2011, quando haviam sido abertas 190.446 vagas formais. No acumulado do ano, no entanto, o mercado de trabalho continua sentindo o impacto da pandemia. De janeiro a agosto, foram fechadas 849.387 vagas, o pior resultado para os oito primeiros meses do ano desde o início da série histórica, em 2010.

Apesar dos indicativos positivos, ainda há muita lição de casa para ser feita por governo e demais setores da economia para voltarmos ao nível pré-crise.

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