China envia sinal de alerta que pode abalar o boom global de commodities
maio, 25, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202123
Um dos pilares do forte rali das commodities neste ano — a demanda chinesa — pode sofrer um abalo. O governo de Pequim conseguiu recuperar a economia do impacto da pandemia principalmente por meio da expansão do crédito e do boom no setor de construção com ajuda do estado, que se apoiou em matérias-primas do mundo todo. Já o maior consumidor do mundo, a China gastou US$ 150 bilhões apenas em petróleo, minério de ferro e cobre nos primeiros quatro meses de 2021. O valor supera em US$ 36 bilhões a quantia gasta no mesmo período do ano passado, um reflexo da recuperação da demanda e aumento dos preços.
Com as commodities globais em níveis recordes, autoridades do governo chinês buscam esfriar os preços e reduzir parte da espuma especulativa que impulsiona os mercados. Para evitar inflar bolhas de ativos, o Banco Popular da China também tem limitado o fluxo de recursos para a economia desde o ano passado, embora gradualmente para evitar prejudicar o crescimento. Ao mesmo tempo, o financiamento para projetos de infraestrutura mostra sinais de desaceleração.
Dados econômicos de abril sugerem que tanto a expansão econômica da China quanto o impulso do crédito — novo crédito como porcentagem do PIB — podem ter atingido um pico, o que ameaça o rali. O impacto mais óbvio da desalavancagem da China recairia sobre metais atrelados aos gastos com imóveis e infraestrutura,como cobre, alumínio, aço e seu principal insumo, o minério de ferro.
Fonte: Valor Econômico
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