Dados de Abril do DataLiner apontam queda nas importações e exportações via contêiner
maio, 30, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202123
Dados do comércio marítimo brasileiro de abril recém-divulgados pelo DataLiner apontam uma queda nas importações e nas exportações via contêineres em relação a março. Mesmo assim, os números são superiores às movimentações de 2020, indicando uma recuperação econômica.
Em abril, foram importados 218.850 TEUs, uma queda de 14,56% em relação a março de 2021, conforme pode ser conferido no gráfico a seguir:
Fonte do gráfico: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
As importações e exportações de contêineres podem ser consideradas um termômetro da economia, pois refletem o dinamismo de um país. Mas essa queda da movimentação significa uma interrupção na recuperação da atividade econômica que vinha sendo vista desde o início de 2021?
Para Andrew Lorimer, CEO da Datamar, essa resposta é: não necessariamente. Alguns fatores externos colaboraram para essa queda. “O bloqueio do Canal de Suez por causa de um navio que encalhou no local do dia 23 de março e que resultou em um congestionamento de navios é um desses fatores”, explica. “Houve omissões de escalas e desvios de rotas para se tentar contornar os problemas. Um efeito dominó que refletiu também no Brasil. Se antes já estava faltando navio, com esse incidente a situação só piorou”, afirma. Vale destacar que cerca de 12% do comércio mundial passa pelo Canal de Suez.
Também tiveram impacto nos números a falta de contêineres, principalmente reefer. Desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus houve um desarranjo no comércio internacional.Contêineres ficaram retidos na China, e ainda há falta de unitizadores, o que vem prejudicando as exportações brasileiras. Os embarques de frutas e carnes, por exemplo, estão sofrendo esses impactos.
Para contornar essa situação, recentemente diversas empresas divulgaram investimentos na compra de novos contêineres, tanto reefer como dry. Mas as entregas não são imediatas e não vão suprir a demanda atual. Além disso, o primeiro mercado que será abastecido com os novos contêineres será o norte-americano, que está aquecido. Só depois esses equipamentos serão disponibilizados ao Brasil, em efeito cascata.
Ainda há outro fator, também resquício da pandemia: o aumento de fretes. “O acidente no Canal de Suez só piorou a situação dos fretes, que já estavam altos”, explica Lorimer. “E essa situação ainda deve prevalecer por mais algum tempo, já que estamos entrando em um período de alta na movimentação de cargas, com exportações da China para os Estados Unidos crescendo em decorrência das compras do Natal. Esse problema deve permanecer até depois do Natal, quando vem a baixa nas demandas e as entregas de contêineres devem ser feitas”, acredita.
Perspectivas
Apesar do desempenho negativo de abril, as perspectivas para 2021 ainda são altas. Ainda há muita necessidade de reposição de compras e investimentos do que não foi feito em 2020 por conta da Covid.
O gráfico abaixo, feito com dados da Datamar, traz um histórico das escalas de navios contêineres nos portos brasileiros a partir de janeiro de 2020. De acordo com os dados, apesar de todos os problemas logísticos enfrentados pelos armadores, foram realizadas em abril 629 escalas de navios contêineres no país, uma a mais que no mesmo mês de 2020, quando foram registradas 628 escalas.
Já para maio de 2021, os números totais de escalas ainda não estão contabilizados. Até o dia 26 foram registradas 511 escalas.
Fonte do gráfico: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Dados divulgados no último dia 24 de maio pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia apontam que a balança comercial registrou novo superávit no acumulado do ano, com US$ 25,21 bilhões até a terceira semana de maio, um crescimento de 69,6% pela média diária, na comparação com o período de janeiro a maio de 2020. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) foi de US$ 178,18 bilhões no período, em alta de 25,7%.
O resultado reflete os valores de US$ 101,69 bilhões em exportações, com aumento de 29,8%, e de US$ 76,48 bilhões nas importações, em alta de 20,5%.
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