CNI projeta crescimento do PIB do Brasil em 1,2% para 2022
dez, 20, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202149
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta crescimento de 1,2% para a economia brasileira em 2022. Esse é o cenário-base, há ainda um cenário pessimista e outro otimista. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, para a estimativa de 1,2% se consolidar, espera-se a superação parcial de problemas conjunturais, como inflação, emprego e normalização das cadeias globais de valor a partir do segundo semestre do ano. A previsão consta do documento Economia Brasileira: 2021-2022, divulgado no último dia 15, com balanço da economia e previsões para 2022.
“A atividade econômica também deve se beneficiar da normalização da demanda por serviços prestados às famílias, que ainda está abaixo do nível pré-pandemia, e alguns setores industriais, principalmente aqueles ligados a investimentos, como a cadeia da construção civil e de bens de capital, as quais ainda devem ter o nível de produção impulsionado por pedidos e projetos provenientes de 2021”, explica Robson de Andrade.
No cenário pessimista, a previsão é de expansão do PIB de 2022 de 0,3% e, no cenário otimista, o Brasil crescerá 1,8%.
Brasil crescerá 4,7% em 2021, calcula CNI
A CNI calcula alta de 4,7% do PIB do Brasil em 2021. A estimativa é menor do que o esperado no início do ano, devido às constantes quedas na indústria ocorridas no segundo semestre. De acordo com Robson Andrade, a expansão do PIB neste ano reverte a queda de 2020, mas o resultado não significa que os problemas acentuados pela crise e os desafios estruturais do país tenham sido superados. Há perda de ritmo da atividade econômica e as perspectivas para o próximo ano não são muito animadoras.
“A inflação elevada, com consequentes altas nas taxas de juros, o alto endividamento das famílias, o desemprego, a escassez de insumos e matérias-primas e os custos de energia em elevação são fatores conjunturais desfavoráveis. Além disso, ainda há incertezas sobre o andamento da pandemia e o temor de algum retrocesso, como ocorre atualmente na Europa”, avalia Robson Braga de Andrade.
Brasil terá saldo comercial positivo em 2021
As altas de exportações e importações são significativas em 2021. Enquanto as exportações são puxadas majoritariamente pelos preços, sobretudo de commodities, as importações mostram crescimento generalizado em volume.
As estimativas da CNI para exportações, importações e saldo comercial para 2021 são, respectivamente, US$ 278,4 bilhões (alta de 33,1% em relação a 2021), US$ 219,5 bilhões (+38,2%) e US$ 58,9 bilhões (+16,9%).
Para 2022, a normalização do fornecimento de insumos e matérias-primas e a taxa de câmbio real, ainda bastante desvalorizada, darão fôlego às exportações brasileiras e estimularão um processo de substituição de importações. A CNI projeta que as exportações alcancem US$ 280 bilhões ano que vem, patamar um pouco superior ao de 2021.
Outros destaques do documento
Comércio, serviços e agropecuária
– PIB do comércio deve crescer de 6,5% em 2021. O PIB de serviços, sem comércio, deve crescer 4,2% este ano. E a agropecuária deve se expandir em 2%.
Construção civil
– O desempenho positivo do setor, acima do esperado, resulta em uma revisão acentuada da projeção de crescimento do setor por parte da CNI, de 5% para 8,2%, em 2021. Para 2022, a previsão é de alta de 0,6%.
Matéria-prima
– Escassez de semicondutores e chips deixe de causar paralisações de produção nas grandes empresas a partir do segundo semestre de 2022.
– Risco de redução da produção de magnésio da China tem o potencial de causar uma escassez de alumínio, que afetaria diversos setores industriais. Cerca de 80% da produção mundial de magnésio é chinesa.
Minério de ferro
– As exportações para a China representam quase 50% da produção de minério de ferro brasileira. Para 2022, a expectativa é de desaceleração do segmento imobiliário chinês e, consequentemente, redução da importação chinesa de minério de ferro.
Contêiner
– A expectativa é de que o transporte de carga conteinerizada só retorne ao patamar normal a partir do segundo semestre de 2022.
Petróleo
– Preços de petróleo e derivados, inclusive combustíveis, continuarão elevados.
Energia
– Consumo de energia não deve apresentar grande crescimento. Essa expectativa se baseia no consumo ainda retraído dos consumidores cativos e do crescimento baixo esperado para os consumidores livres industriais, que estão entre os mais eletrointensivos.
Renda das famílias
– O rendimento médio real das pessoas ocupadas caiu 11,1% entre o 3º trimestre de 2020 e o 3º trimestre de 2021. Para 2022, avanço fraco do consumo, restringido pelos baixos rendimentos, inflação elevada e aumento do endividamento das famílias.
Economia mundial
– Em 2022 será impactada por tentativas de controle das pressões inflacionárias persistentes, crise energética e falta de matérias-primas, dados os desequilíbrios das cadeias de insumos globais.
Commodities
– Menor crescimento da economia mundial deve provocar queda moderada nos preços de commodities importantes na pauta de exportação brasileira.
Fonte: Agência de Notícias da Indústria
Para ler a matéria original completa acesse o link: https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/economia/cni-projeta-crescimento-do-pib-do-brasil-em-12-para-2022/
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