Exportações de peças de vestuário da América Latina crescem 10%
fev, 25, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana
As exportações de vestuário da América Latina devem aumentar acentuadamente este ano, à medida que as marcas dos EUA aumentam os pedidos ao sul da fronteira para aliviar os problemas da cadeia de suprimentos. No entanto, a escassez de matérias-primas ameaça prejudicar esses ganhos, disseram especialistas.
“Estimamos um aumento de 10% no volume das vendas de vestuário à medida que os compradores dos EUA passam preferir fornecedores de lugares próximos e que oferecem preços competitivos como o México, que fica a apenas 24 horas de distância em uma viagem de caminhão”, disse o especialista do setor Raúl García, acrescentando que esse fenômeno também está aumentando a demanda por vestuário centro-americano e colombiano.
Em relação ao México, especificamente, Garcia previu que os embarques podem chegar a US$ 7 bilhões este ano, após um aumento de 6 a 8 por cento em 2021. As vendas rápidas de malhas, camisetas, camisas pólo, lingerie, roupas íntimas e meias são destaques entre esses ganhos, acrescentou.
Ele observou, no entanto, que a falta de tecido, principalmente de fios sintéticos, está dificultando o cumprimento dos pedidos pelos fornecedores. Como resultado, a indústria está se mobilizando para negociar regras mais flexíveis sob o Acordo Estados Unidos-México-Canadá, ou USMCA, acordo de livre comércio com os EUA e o Canadá.
“Temos um déficit de tecido de 15% atualmente, embora seja melhor do que os 30% que tivemos em junho passado”, acrescentou Garcia. “Os fornecedores estão procurando ajustar as regras de fornecimento de fios como matéria-prima para trazer mais tecidos da China ou de países como Índia e Paquistão.”
O interesse dos compradores na América do Sul também continua firme. Na Colômbia, por exemplo, as remessas de vestuário cresceram 50%, para US$ 900 milhões em 2021, disse Lavia Santoro, representante do lobby de exportação ProColombia, durante a última feira têxtil Colombiatex de las Américas em Medellín. O evento de dois dias ocorrido no mês passado atraiu 270 empresas para adquirir uma variedade de têxteis, incluindo tecidos técnicos com propriedades antibacterianas, de proteção solar e impermeáveis, entre outras.
O evento gerou US$ 6,4 milhões em potenciais contratos de fornecimento. Foram 1.100 compradores internacionais, principalmente dos EUA, Equador, México e Peru.
Para não ficar para trás, o Brasil viu recentemente um surto de pedidos com exportações de têxteis e vestuário subindo 17 por cento no ano passado, com um real fraco impulsionando os pedidos dos principais compradores da Argentina, EUA e Paraguai. Isso se compara a um declínio de 27%, para US$ 151 milhões em 2020, durante o auge da pandemia.
“Estamos crescendo em vestuário à medida que as marcas avançam para o mercado internacional e varejistas como a Renner se expandem no Uruguai e na Argentina”, disse Fernando Pimentel, presidente Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Este ano, no entanto, os embarques podem ser muito mais moderados, subindo cerca de 2%, já que o Omicron e outras variantes do COVID-19 adicionam incerteza à carteira de pedidos, segundo Pimentel.
No entanto, a demanda por itens básicos brasileiros, como moda praia e jeans, pode aumentar mais do que o esperado durante o verão europeu. Isso e a maior estabilização do COVID-19 nos EUA podem impulsionar as exportações, acrescentou.
Fonte: wwd
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