Ainda em queda, preço da carne bovina deve subir na exportação
fev, 14, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202308
O preço da carne bovina (fresca, refrigerada ou congelada) exportada na primeira semana de fevereiro manteve a trajetória de queda dos últimos oito meses, mas, segundo analistas, a tendência agora é que as cotações se recuperem no restante do ano, embora para patamares inferiores aos observados em junho.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a tonelada foi vendida por US$ 4.822,90, em média, no início deste mês, com recuos de 0,4% em relação à média de janeiro e de quase 14% na comparação com fevereiro de 2022. Em junho passado, a proteína foi exportada por US$ 6.826,30 a tonelada.
A Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo) recentemente manifestou preocupação com a queda dos preços da carne exportada, até porque as margens dos frigoríficos no mercado doméstico ainda estão apertadas graças à demanda retraída. A entidade afirmou que a renegociação de contratos com clientes da China, principal destino dos embarques, foi o maior fator de pressão.
“A antecipação de compras para o Ano Novo chinês possibilitou o movimento de renegociação”, concorda Thiago Bernardino, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. “Mas é preciso lembrar que a demanda [externa] este ano será interessante – e isso já está desenhado, principalmente porque o câmbio continuará alto.”
Recuperação
Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, realça que os preços registrados na balança comercial de fevereiro não refletem as vendas no mês. “São negócios fechados 30 ou 45 dias atrás. Nos últimos dias, o que ouvimos de relatos é que a retomada da China pós-feriado proporcionou uma recuperação de até US$ 500 sobre os preços vistos anteriormente.”
Segundo Bernardino, do Cepea, a China deverá continuar comprando carne do Brasil, a menos que alguma pressão inflacionária a force a adquirir mais carne bovina da Índia ou proteínas mais baratas, como carne de búfalo. “No cenário global, a vantagem competitiva é do Brasil e dos EUA”, pontua.
Confira a seguir um histórico das exportações brasileiras de carne bovina. Os dados são da ferramenta de inteligência de dados DataLiner, da Datamar:
Exportações Brasileiras de Carne Bovina | Jan 2019 – Dez 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Recentemente, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) revisou suas estimativas para a importação de carne bovina pela China. O órgão estima um crescimento de 2,2% na demanda do país, para 3,5 milhões de toneladas, alegando que é “improvável” que a produção chinesa de carne suína seja suficiente para suprir o consumo de proteínas.
A abertura de mercados de alto valor agregado – Coreia do Sul e Japão estão na pauta de governo e iniciativa privada – pode ajudar a sustentar as cotações. “Mas o produtor não pode perder de vista que não se sabe quando isso será operacionalizado e qual será o volume”, afirma Bernardino.
Mercado interno
Em relação ao mercado interno, ele diz que a tendência é de leve aumento no consumo per capita este ano – cerca de 400 gramas, para 25,9 quilos. “Essa melhora deve ser sentida principalmente depois dos cinco primeiros meses do ano, quando o brasileiro geralmente tem gastos maiores”, diz o pesquisador.
No cenário atual externo e doméstico, a arroba do boi gordo foi negociada a R$ 292,09 em São Paulo na média de fevereiro até sexta-feira, acima dos R$ 285,97 de janeiro mas bem abaixo da média de R$ 340,30 de fevereiro de 2022.
Iglesias salienta que o câmbio a R$ 5,50 e os preços altos da carne no externo permitiram uma arroba de R$ 350 no ano passado. “Mas, agora, a situação é bem diferente. Frigoríficos do Tocantins relatam que não estão comprando vaca gorda, apenas novinha e boi, tamanha é a oferta”.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a reportagem original, acesse: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2023/02/14/ainda-em-queda-preco-da-carne-bovina-deve-subir-na-exportacao.ghtml
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