UNCTAD prevê vários desafios na descarbonização do transporte marítimo
set, 27, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202339
A indústria de transporte marítimo carece de clareza sobre o uso de combustíveis limpos e novos sistemas regulatórios, o que impede empresas de substituir embarcações antigas em meio à pressão para descarbonizar rapidamente a indústria, disse a agência da ONU, a UNCTAD, em 27 de setembro.
O transporte marítimo, responsável por transportar mais de 80% do comércio mundial e por quase 3% das emissões globais de dióxido de carbono, tem enfrentado críticas de ambientalistas e investidores para adotar ações mais concretas, incluindo uma taxa de carbono.
“Exigimos ação global para descarbonizar o transporte marítimo. No entanto, reconhecemos que isso não é uma tarefa fácil e sabemos dos custos associados a isso”, disse a Secretária-Geral da agência, Rebeca Grynspan, em uma coletiva de imprensa em Londres.
Em sua Revisão do Transporte Marítimo para 2023, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) expressou preocupação com o envelhecimento da frota global de navios.
No início de 2023, os navios comerciais tinham em média 22,2 anos de idade, dois anos mais velhos do que há uma década, de acordo com o relatório.
“Mais da metade da frota mundial tem mais de 15 anos”, disse a UNCTAD.
“Os proprietários de navios enfrentam o desafio de renovar a frota sem ao menos ter clareza sobre a aplicação de combustíveis alternativos, tecnologia limpa e regimes regulatórios para orientar armadores e portos, enquanto terminais portuários enfrentam desafios semelhantes na hora de orientar investimentos.”
Em julho, os países adotaram uma nova estratégia revisada em relação a emissão de gases de efeito estufa que estabeleceu uma meta de emissões líquidas zero até o meio do século, o que foi considerado pouco ambicioso por muitos grupos ambientalistas.
Descarbonizar o transporte marítimo até 2050 exigirá um grande investimento, e o relatório da UNCTAD citou estimativas da empresa norueguesa de gestão de riscos DNV indicando custos adicionais de US$ 8 bilhões a US$ 28 bilhões por ano para que os navios atinjam essa meta.
A indústria está explorando várias tecnologias diferentes, incluindo amônia e metanol, na tentativa de tornar obsoleto o uso do combustível bunker, que é mais poluente. A propulsão assistida pelo vento é outra opção de energia limpa em análise.
O relatório da UNCTAD afirmou que expandir a produção de combustível, a distribuição e a infraestrutura de abastecimento marítimo para combustíveis 100% neutros em carbono até 2050 exigiria investimentos anuais estimados entre US$ 28 bilhões e US$ 90 bilhões.
“As estimativas sugerem que a descarbonização completa poderia elevar os custos anuais de combustível em 70 a 100% em relação aos níveis atuais”, disse a UNCTAD.
“O transporte marítimo não pode se descarbonizar por conta própria.”
O volume do comércio marítimo contraiu marginalmente 0,4% em 2022, mas a UNCTAD prevê um crescimento de 2,4% em 2023, com um crescimento moderado de 2,1% a 2,2% previsto entre 2024-2028.
(Reportagem de Jonathan Saul. Edição de Jane Merriman)
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