Portos e Terminais

Porto do RS está submerso e prejuízo pode chegar a R$ 600 milhões

maio, 15, 2024 Postado porSylvia Schandert

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O Porto de Porto Alegre, o segundo maior do Rio Grande do Sul, está submerso e o prejuízo com infraestrutura pode chegar a R$ 600 milhões. As estruturas do complexo portuário estão mais de 2 metros abaixo da linha d’água do Rio Guaíba, que subiu para 5,13 metros às 21h30 de ontem. Já as perdas com faturamento poderão ultrapassar R$ 2,2 milhões nos meses de maio e junho. O porto está fechado desde o último dia 2 devido às fortes chuvas que assolaram o estado.

“A nossa estimativa é de que o prejuízo com a infraestrutura do porto atinja R$ 600 milhões, mas só poderemos avaliar quando a água baixar, o que esperamos que aconteça até o final deste mês. Mas, eu acredito que o porto só deverá voltar a operar após dois meses”, afirma o presidente da Autoridade Portuária, a Portos RS, Cristiano Klinger, em entrevista para A Tribuna.

Klinger disse que será necessário fazer um levantamento geral do que ocorreu. “A gente vai precisar fazer um levantamento de todas as estruturas, batimetria, e o que for necessário para a dragagem, porque desceu muito sedimento. O Porto de Porto Alegre está mais de 2 metros debaixo d’água, porque o nível do Guaíba subiu acima de 5 metros e a cota do nosso cais é de 3 metros. Então, armazéns, balança e toda a parte elétrica estão debaixo d’água. Muito provavelmente vamos ter que trocar tudo, refazer tudo isso”.

O Porto de Porto Alegre movimenta, principalmente, fertilizantes e cevada, entre outros produtos como grãos e cargas de projeto. De acordo com Klinger, o faturamento médio mensal do ativo portuário é de R$ 1,1 milhão. “Teremos dois meses de prejuízo no faturamento”.

Pelotas

Já o Porto de Pelotas, cuja operação também está paralisada, é dedicado à movimentação de toras de madeira, matéria-prima utilizada na fabricação de celulose. “Nós movimentamos aproximadamente 1 milhão de toneladas de toras de madeira por ano, com um faturamento de R$ 1 milhão por mês. No momento, o envio das toras de madeira para a fábrica CMPC, que fabrica a celulose, está suspenso”.

Na manhã de terça, o Conselho de Administração da Portos RS se reuniu para avaliar a situação dos três portos: Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, que é o principal e segue operando normalmente.

“O conselho está se reunindo semanalmente para avaliar todas as consequências para os portos, além de acompanhar todos os resgates. No que pode, o Porto do Rio Grande também está auxiliando”, afirmou a presidente do Conselho de Administração da Portos RS, Jacqueline Wendpap.

Ela não descarta impactos futuros no Porto do Rio Grande. “Ainda não houve impacto, mas a gente acha que a perda de produção no estado do Rio Grande do Sul impactará a movimentação no porto”.

Rio Grande

Principal ativo de comércio exterior gaúcho, o Porto do Rio Grande segue funcionando normalmente, sem impactos na movimentação de cargas.

Segundo o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, “não houve nenhum impacto na movimentação de navios. Muitas cargas, de navios que já estavam programados nessa semana, já estavam aqui, nos terminais. Então, não houve interrupção”.

Klinger diz que todos os acessos rodoviários ao complexo portuário já estão liberados. “A BR-116, que é o principal acesso, já está liberada para o trânsito de caminhões e veículos. Hoje (ontem) a gente fez uma rodada com todos os terminais para verificar se as cargas já estão voltando a chegar, porque estavam buscando caminhos muito alternativos para trazer a produção toda para o nosso porto”.

Impactos

Já o diretor da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil (Cisbra), Arno Gleisner, aponta os impactos ao comércio exterior. “Os acessos das exportações ao Porto do Rio Grande e aos portos de Santa Catarina estão congestionados ou com rotas mais longas. Há ainda fábricas paradas, por falta de insumos e de pessoal. No campo, a colheita está dificultada”.

Gleisner afirma que, em consequência, há aumento de custos e redução de volumes. “Já ocorreu elevação dos preços da soja no Brasil maior do que nos Estados Unidos. Nas importações, os fatores são os mesmos, mas ainda não generalizados porque o mercado está limitado. Vemos o cenário com preocupação, com perdas no fluxo comercial do Brasil”.

A Portos RS editou, no último dia 6, a Norma 35, que dá descontos tarifários nos portos de Rio Grande do Sul para embarcações utilizadas no transporte de donativos, com base em resolução da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Fonte: A Tribuna

Clique aqui para ler o texto original: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/porto-do-rs-esta-submerso-e-prejuizo-pode-chegar-a-r-600-milhoes

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