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Aumento das exportações chinesas impulsiona as taxas de frete marítimo para a América Latina

maio, 27, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202422

As taxas de frete marítimo entre a China e a América Latina aumentaram significativamente devido ao crescimento das exportações chinesas e à alta demanda por espaço de carga, levando os transportadores a adicionar mais capacidade na rota.

Na sexta-feira, 24 de maio, a taxa da China para a Costa Leste da América do Sul atingiu US$ 7.065 por contêiner padrão, marcando um aumento de 153,41% desde o final de março, de acordo com a Bolsa de Transporte Marítimo de Xangai.

Várias gigantes do transporte marítimo global, incluindo a Mediterranean Shipping Company S.A. e a China COSCO Shipping Co. Ltd., intensificaram seus serviços entre a China e o México. A empresa de transporte de contêineres francesa CMA CGM lançou recentemente uma nova rota da China para o México com oito embarcações, cada uma capaz de transportar mais de 4.000 contêineres padrão.

A capacidade global de transporte de contêineres tem sido sobrecarregada devido à crise no Mar Vermelho e a um ciclo de reposição nos EUA e na Europa. Em 17 de maio, o Índice de Frete de Contêineres Exportados de Xangai (SCFI) subiu para 2520,76 pontos, um aumento de 9,3% em relação à semana anterior e mais de 130% desde a crise no Mar Vermelho em dezembro, confirmando dados da Bolsa de Transporte Marítimo de Xangai.

A crise, induzida por ataques de militantes houthis apoiados pelo Irã a navios no sul do Mar Vermelho, reduziu significativamente o comércio pelo Canal de Suez, forçando muitos navios a seguir rotas alternativas mais longas entre a Ásia e a Europa.

As empresas de transporte estão desviando sua capacidade limitada para a rota China-América Latina devido a retornos mais altos, conforme indicado por uma fonte no Porto de Qingdao.

Nos primeiros quatro meses de 2024, a América Latina emergiu como a região de crescimento mais rápido para as exportações chinesas, que cresceram 11,4% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é impulsionado principalmente pelo México e pelo Brasil. O valor das exportações da China para o México aumentou 15,1% para 198,3 bilhões de yuan ($27,3 bilhões), constituindo mais de um terço das exportações totais da região, enquanto as exportações para o Brasil aumentaram 24,6% para 153,2 bilhões de yuan.

As exportações chinesas para a América Latina são predominantemente de máquinas elétricas, equipamentos e peças, seguidas por reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos mecânicos.

Devido às crescentes tensões comerciais entre a China e os EUA desde 2018, o México se tornou um ponto de trânsito crucial para produtos chineses que entram nos EUA. As exportações da China para o México mostraram consistentemente um crescimento de dois dígitos nos últimos anos, incluindo um aumento de 11,5% em 2023, 18,8% em 2022 e 40,3% em 2021.

Em fevereiro, pela primeira vez em 20 anos, o México se tornou a maior fonte de importações para os EUA, superando a China, conforme dados do Bureau of Economic Analysis dos EUA.

O Departamento de Comércio dos EUA relatou que, em 2023, as importações dos EUA do México totalizaram cerca de US$ 475 bilhões, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, enquanto as importações da China caíram 20% para US$ 427,2 bilhões. Hu Hai, presidente do Parque Industrial Hofusan no México, atribui o aumento a um aumento nas fábricas financiadas pela China no México, que requerem matérias-primas e peças da China.

Os EUA estão aumentando a pressão sobre o México para impedi-lo de servir como um canal para as exportações chinesas para os EUA. O México está considerando impor tarifas variando de 5% a 50% sobre as importações da China e de outros países sem acordos comerciais com o México.

As exportações da China para o Brasil também apresentaram crescimento significativo, principalmente no setor automobilístico, com exportações de peças e componentes de veículos aumentando 228,42% ano a ano nos primeiros quatro meses do ano.

Montadoras chinesas, como Great Wall Motors e BYD Co., estabeleceram instalações de produção no Brasil, impulsionando as exportações de equipamentos de fábrica.

No início de 2024, o México e o Brasil ocuparam o segundo e o quarto lugares no ranking de exportação de automóveis da China, com volumes de exportação de 110.000 e 59.000 veículos, respectivamente.

A Kuehne + Nagel International AG, uma provedora global de serviços de logística, prevê uma forte demanda de transporte de carga no mercado latino-americano, com o espaço de carga permanecendo apertado até pelo menos junho.

Fonte: Caixin Global

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