As obras da primeira fase do novo terminal da Cofco International, na Margem Direita do Porto de Santos, avançam de forma acelerada. Assim, a empresa pretende iniciar as operações no local em 2025, expandindo gradativamente até atingir a capacidade total em 2026.
A Cofco adquiriu a concessão do terminal por 25 anos, com possibilidade de sucessivas prorrogações até o limite máximo de 70 anos. Em contrapartida, a empresa teria que investir R$ 764,8 milhões nas instalações. Contudo, injetará mais do que o dobro desse valor: R$ 1,5 bilhão.
A Cofco deu início às obras do novo terminal em 8 de agosto do ano passado. São duas etapas de trabalhos. “A primeira fase consiste na demolição da Bracell, Rishis, Rodrimar e Cereal Sul, envolvendo praticamente 90% da construção das instalações do STS11. Já na fase dois, será realizada a demolição do T12A e a construção das conexões dos equipamentos com a fase um, diz a empresa, em nota”.
Na primeira etapa, a companhia disponibilizará aproximadamente 62 mil metros quadrados (m²). No terceiro ano do arrendamento será agregada a nova área, resultando em um total de 98 mil m².
Os investimentos contemplam obras em dois berços de atracação — incluindo reforço de cais, dragagem de aprofundamento e aquisição de dois shiploaders (carregadores de navios) – demolição e construção de novos silos e armazéns, infraestrutura ferroviária e recuperação de prédio histórico (escritório do tráfego) no local. A empresa não divulga os investimentos de cada obra separadamente.
Ampliação
Para se ter uma ideia do tamanho da expansão dos negócios da Cofco no complexo portuário santista, atualmente a companhia opera 4,5 milhões de toneladas/ano que saltarão para 14,3 milhões de toneladas/ano em 2026, “transformando o STS11 no principal terminal de Santos e o único a concentrar todas as operações de cargas da Cofco International”, informou a empresa, acrescentando que “a capacidade estática de armazenamento do terminal será de 490 mil toneladas”. Serão gerados 480 empregos diretos com as obras.
A Cofco apontou que apoiará os planos de aumentar as exportações do País, ampliando a capacidade para 14 milhões de toneladas e investindo na modernização e expansão das instalações do terminal. “O investimento proporcionará ainda mais opções aos agricultores e criará oportunidades para a Cofco cooperar com parceiros da indústria local e empresas de logística”.
O Porto de Santos é atualmente o maior da América Latina e respondeu por aproximadamente 29,1% de todas as transações comerciais do Brasil em abril de 2024, segundo a Autoridade Portuária de Santos. O gráfico abaixo mostra as importações e exportações marítimas de contêineres movimentados no porto. As informações foram derivadas do DataLiner.
Exp e Imp de contêineres | Porto de Santos | Jan 2021 – Mar 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Presença no Brasil
A Cofco possui sedes em nove estados brasileiros e em regiões estratégicas no Centro-Oeste e Sudeste para atender o Brasil e a América Latina no fornecimento de grãos, oleaginosas, algodão, açúcar e café. A companhia possui cerca de 70 operações e dois escritórios em Santos para os negócios de algodão e café.
Pátio melhora logística
O contrato de arrendamento da Cofco com o Porto de Santos prevê algumas contrapartidas. Além do repasse de R$ 15 milhões para obras do Parque Valongo, está prevista a construção de um pátio ferroviário na área dos armazéns 7 ao 9.
Quanto ao pátio ferroviário, a Cofco informou que as obras já iniciaram e os trabalhos estão em fase de construção, com término está previsto para até o segundo semestre de 2025.
“O pátio será composto por quatro linhas principais para descarga ferroviária Cofco, com alimentação de três moegas ferroviárias (local onde são armazenados os grãos) com capacidade de 1,5 mil toneladas/hora. A previsão é receber três composições de até 120 vagões”.
Transportes
A companhia movimentará carga pelos modais ferroviário e rodoviário. “Anualmente, serão carregados mais de 200 navios, descarregados mais de 110 mil caminhões, o equivalente a mais de 2.250 km com todos os caminhões seguidos, e mais de 85 mil vagões por ano, somando 1.450 km de vagões enfileirados”.
Fonte: A Tribuna