Economia

Importação cresce e reduz saldo comercial de junho em 33%

jul, 05, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202426

A balança comercial registrou superávit de US$ 6,711 bilhões em junho. O número foi divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O resultado foi 33,4% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior, devido, principalmente, ao aumento das importações.

As exportações somaram US$ 29,043 bilhões em junho, queda de 1,9%. As importações alcançaram US$ 22,332 bilhões, alta de 14,4%. No acumulado do ano, o superávit alcançou US$ 42,309 bilhões, queda de 5,2%. As exportações somaram US$ 167,608 bilhões, alta de 1,4%. Já as importações alcançaram US$ 125,298 bilhões, alta de 3,9%. A corrente de comércio, soma de exportações e importações, alcançou US$ 292,907 bilhões, alta de 2,5%.

A queda de 1,9% no valor das exportações brasileiras em junho foi motivada pelo recuo de 2,2% dos preços, já que o volume embarcado cresceu 2%, segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão. Ele destacou a queda de 50% no valor exportado para a Argentina, causada principalmente pelo recuo de 5,1% do PIB do país vizinho no primeiro trimestre.

O crescimento da importação foi puxado por bens de capital e de consumo. Em volume, a entrada de bens e serviços aumentou 22,3% contra igual mês do ano passado. A taxa de crescimento é de mais de dez vezes a das exportações, que avançaram 2% em quantidade.

A alta da importação reflete a atividade, forte nos primeiros meses deste ano, e fundamenta revisões para cima das projeções de investimento para 2024, analisa Lucas Barbosa, economista da AZ Quest.

Ele comenta os preços médios caíram em junho tanto nas importações como nas exportações, resultando em alta de 14,4% no valor importado e queda de 1,9% na receita de exportação na comparação com junho de 2023.

Para Barbosa, um dinamismo com exportações que devem ficar praticamente estáveis e importações em aceleração deve fazer com que os saldos comerciais se reduzam nos próximos meses, quando se olha o acumulado em 12 meses. A estimativa da gestora para 2024 é de superávit em torno de US$ 85 bilhões.

Nas importações, o economista destaca o ritmo em bens de capital, cujo volume de desembarques cresceu 17,4%, e em bens de consumo, com alta de 11,3%, sempre contra igual mês de 2023. A alta dos investimentos, diz ele, colhe parte do efeito do período em que a Selic seguiu trajetória de queda e fundamenta as revisões de projeção de investimentos para 2024.

Do lado das exportações, diz Barbosa, a mensagem é mais ambígua, com queda de preços em junho em commodities importantes, como soja, mas com “resiliência” em volumes, que aumentaram não só para soja, como também para petróleo e itens como café e açúcar, que têm se tornado cada vez mais expressivos na pauta de embarques, destaca.

A Secex revisou para cima sua projeção para o superávit da balança comercial neste ano, de US$ 73,5 bilhões para US$ 79,2 bilhões.

Também foram realizadas revisões nas estimativas para as exportações (de US$ 332,6 bilhões para US$ 345,4 bilhões) e nas importações (de US$ 259,1 bilhões para US$ 266,2 bilhões). Já a projeção para a corrente de comércio, que é a soma de exportações e importações, passou de US$ 591,7 bilhões para 611,6 bilhões.

As exportações brasileiras para China, Hong Kong e Macau, principais destinos dos produtos brasileiros, cresceram 4,65% em junho, sempre calculadas pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. As vendas totais para a Ásia subiram 1,73%.

Na mesma base de comparação, as vendas para a América do Norte caíram 4,24%, enquanto para a América do Sul caíram 33,31% e para a Europa subiram 4,99%.

As exportações agropecuárias caíram 3,71% em junho em relação ao mesmo mês do ano anterior. No caso da indústria extrativa, houve alta de 15,26%, enquanto no caso da indústria de transformação houve queda de 6,76%. Pelo lado das importações, houve alta de 50,69% nas compras agropecuárias, queda de 4,56% na indústria extrativa e alta de 15,24% na indústria de transformação.

Fonte: Valor Econômico

Clique aqui para ler o texto original: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/07/05/importacao-cresce-e-reduz-saldo-comercial-de-junho-em-33.ghtml

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