Expedição de papelão surpreende no 1º semestre e deve seguir forte no resto do ano
jul, 24, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202430
As expedições de papelão ondulado surpreenderam a indústria no primeiro semestre e ficaram acima do esperado, segundo prévia dos indicadores da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel). De janeiro a junho, o Índice Brasileiro de Papelão Ondulado (IBPO) avançou 2,2% em junho, na comparação anual, para 152,3 pontos, acumulando alta de 5,4% nos seis primeiros meses do ano.
A expectativa do setor é de manutenção do ritmo aquecido no segundo semestre. “Há um tradição de que o primeiro trimestre tende a ser o mais difícil, mas 2024 já começou fora desse padrão. A surpresa boa é que isso se manteve no segundo trimestre”, disse ao Valor o presidente executivo da entidade, embaixador José Carlos da Fonseca Jr..
Tradicionalmente, a segunda metade do ano costuma ser mais aquecida para essa atividade, com a aproximação das festas de fim de ano e outras datas importantes para o varejo, como a Black Friday.
Números positivos de consumo de bens não duráveis, segmento ao qual a indústria de caixas de papelão está mais exposta, a preferência crescente por embalagens sustentáveis, com substituição sobretudo do plástico, e o crescimento da alimentação fora de casa explicam o bom momento.
Conforme a prévia da Empapel, em volume, a expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão chegou a 341,991 mil toneladas em junho, o segundo maior volume para o mês na série histórica, iniciada em 2005. Por dia útil, foram 13.680 toneladas, 2,2% acima do registrado em junho de 2023, que teve a mesma quantidade de dias úteis.
Dessa forma, no segundo trimestre, as expedições totalizaram 1,046 milhão de toneladas, com alta de 5,4% frente ao mesmo intervalo do ano passado. No semestre, o crescimento também foi de 5,4%, para 2,05 milhões de toneladas.
Considerando-se o cenário moderado, a Empapel projeta expansão de 2,8% nas expedições em 2024 — no melhor cenário, o crescimento pode chegar a até 5%. Conforme Fonseca, apesar do desempenho surpreendente nos seis primeiros do ano, ainda é cedo para falar em uma potencial revisão para cima das projeções.
“Há outras variáveis que entram na equação, como juros. Portanto, não vamos nos precipitar”, explicou, referindo-se ao fim do ciclo de queda na Selic, que pode ter reflexos no consumo de forma geral.
Conforme o embaixador, a indústria brasileira está preparada para atender à demanda futura do ponto de vista de capacidade de produção. Grandes nomes da indústria, como Klabin e WestRock (hoje Smurfit Westrock), expandiram suas operações recentemente. Só Klabin está adicionando uma capacidade produtiva de 240 mil toneladas anuais com seu Projeto Figueira, inaugurado em abril mediante investimentos de R$ 1,6 bilhão.
Na Grande São Paulo, o Grupo Mazurky, que tem indústria em Mauá, contratou mais trabalhadores e está investindo R$ 36 milhões em novos equipamentos. Além de embalagens tradicionais, a empresa produz ainda cestas de compras para o varejo em papelão e mobiliário (mesas que suportam peso de até 20 quilos e cadeiras que comportam até 100 quilos.
De acordo com o gerente comercial da Mazurky, Diego Araújo, a expectativa é de demanda crescente no segundo semestre, na esteira da sazonalidade e da preferência por produtos sustentáveis, que tem impulsionado a procura por papelão.
“Para atender ao crescimento do mercado, a empresa tem capacidade instalada suficiente e está investindo em melhorias e expansões das linhas de produção”, afirmou, acrescentando que a Mazurky também está buscando “parcerias estratégicas para garantir a disponibilidade de matéria-prima e otimizar a logística”.
Fonte: Valor Econômico. Clique aqui para acessar a matéria original: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/07/20/expedicao-de-papelao-surpreende-no-1o-semestre-e-deve-seguir-forte-no-resto-do-ano.ghtml
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