Produtores de açúcar do Brasil relatam impacto dos incêndios no estado de São Paulo
ago, 27, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202435
Na segunda-feira à noite (27 de agosto), dois dos maiores produtores de açúcar e etanol do Brasil divulgaram estimativas iniciais dos danos causados pelos incêndios que queimaram campos de cana-de-açúcar no estado de São Paulo, principal estado produtor de açúcar do país.
Quatro homens foram presos sob suspeita de terem iniciado os incêndios, que se espalharam rapidamente devido às condições extremamente secas em milhares de hectares de campos de cana, queimando durante o final de semana no estado de São Paulo, o maior estado produtor de açúcar do maior produtor e exportador mundial do adoçante.
O maior grupo de açúcar do Brasil, Raízen SA, estimou que cerca de 1,8 milhão de toneladas de sua cana-de-açúcar, incluindo a que obtém de fornecedores, foi afetada pelos incêndios, ou cerca de 2% do total esperado para a safra 2024/25.
Em um comunicado de valores mobiliários, a Raízen afirmou que não espera que os incêndios resultem em perdas materiais para seus resultados, pois está priorizando a moagem da cana afetada para mitigar os efeitos adversos.
A cana queimada ainda pode ser colhida e processada, disse Caio Carvalho, especialista em açúcar da consultoria Canaplan, mas acrescentou que as usinas terão que se apressar, pois a qualidade da cana começa a deteriorar-apenas alguns dias após a queima.
A Raízen também informou que havia retomado as operações em sua usina Santa Elisa no domingo, após os incêndios forçarem a evacuação e o fechamento da planta na semana passada.
O estado de São Paulo informou que não havia mais incêndios ativos em campos de cana no estado na segunda-feira, mas dezenas de municípios ainda estavam em alerta máximo para incêndios.
Outro grande produtor brasileiro de açúcar e etanol, São Martinho, disse na segunda-feira em um comunicado de valores mobiliários que 20.000 hectares de sua cana-de-açúcar foram impactados pelos incêndios.
A São Martinho manteve sua previsão de produção total para 2024/25, acrescentando que processará a cana afetada nos próximos dias, mas que espera uma redução na eficiência industrial na conversão para açúcar.
“Como resultado, estima-se uma redução de 110.000 toneladas de açúcar, compensada por um aumento proporcional na produção de etanol”, afirmou São Martinho.
A empresa também divulgou investimentos adicionais de 70 milhões de reais (12,7 milhões de dólares) além da sua orientação inicial de capex para a safra 2024/25 para preservar a produtividade nas próximas colheitas.
Analistas do Citi disseram que a seca e os incêndios provavelmente terão um impacto negativo na próxima safra em 2025, já que alguns campos queimados tinham cana em crescimento para a próxima temporada.
O grupo da indústria de açúcar e etanol do Brasil, UNICA, informou na segunda-feira que começará a avaliar a situação nos campos nos próximos dias.
Reportagem de Roberto Samora e André Romani em São Paulo e Marcelo Teixeira em Nova York; Edição de Aurora Ellis e Michael Perry
Fonte: Reuters
Clique aqui para ler o texto original: https://www.reuters.com/world/americas/fires-brazil-cane-fields-controlled-damage-sugar-crop-being-assessed-2024-08-26/
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