Porto do Itaqui busca expansão para acompanhar crescimento agrícola do Matopiba
set, 23, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202438
A crescente produção de grãos, como soja e milho, nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, região conhecida como Matopiba, vem se refletindo no maior uso de portos do chamado Arco Norte (terminais no Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Maranhão) para a exportação das safras agrícolas. Um dos mais proeminentes é o Porto do Itaqui, no Maranhão, que hoje ocupa a quarta posição no ranking dos portos públicos que mais movimentam cargas no Brasil, atrás somente de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Itaguaí (RJ).
Em agosto de 2024, o porto maranhense estabeleceu um novo recorde, movimentando 3,7 milhões de toneladas de carga, sendo os produtos mais relevantes grãos, minérios, celulose, fertilizantes e combustíveis. “Para acompanhar o ritmo de expansão da fronteira agrícola e consolidar a competitividade do porto, realizamos desde 2012 constantes modernizações” conta Hibernon Marinho, diretor de operações do Porto do Itaqui, que é administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
Cerca de R$ 350 milhões estão sendo investidos pela Emap em Itaqui, para obras de expansão, capacitação das equipes, atualização de processos e no fortalecimento do programa de inovação.
No entanto, além desses recursos, o setor privado também investe na estrutura. O Terminal de Grãos (Tegram), administrado por um consórcio de quatro empresas – NovaAgri, Viterra Brasil, CLI e ALZ Grãos — está recebendo aportes da ordem de R$ 1,6 bilhão para ampliação de sua estrutura. O projeto de ampliação está em fase final de análise pelo Ministério de Portos e pela Emap.
O objetivo do investimento é aumentar a capacidade estática de armazenamento de 500 mil toneladas para 836 mil toneladas. Além disso, os embarques mensais deverão crescer de 24 para 36 navios e capacidade de movimentação de grãos aumentará de 15 milhões para 24 milhões de toneladas por ano. As novas instalações devem entram em operação a partir de 2027, estima Marcos Pepe Bertoni, presidente do Tegram.
Inaugurado em 2015, o Tegram já passou por uma expansão em 2019, e no ano seguinte operava movimentando 10 milhões de toneladas, o dobro da capacidade original. “A expansão que está em curso será direcionada ao aumento das unidades armazenadoras, dos tombadores, que fazem a recepção dos caminhões, e à instalação de um novo berço de atracação”, diz Pepe.
Atualmente 97% do volume de grãos recebidos no Tegram chega dos estados do Tocantins, Maranhão e Piauí. O restante vem do leste do Mato Grosso e de parte da Bahia, por ferrovia.
O gráfico abaixo usa informações derivadas do DataLiner para mostrar a progressão mês a mês das exportações de grãos pelo Porto de Itaqui entre janeiro de 2021 e julho de 2024.
Exportações de milho e soja no Porto de Itaqui | Jan 2021 – Jul 2024 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Fertilizantes
A Copi Operações Integradas é uma das empresas que opera no porto do Itaqui na importação de fertilizantes. Em 2020 a empresa implantou um novo terminal de recebimento. “Trata-se de um sistema mecanizado, de alta produtividade, com capacidade para 70 mil toneladas”, conta Guilherme Eloy, diretor-executivo da Copi.
De Itaqui, a empresa distribui parte dos fertilizantes para os importadores da região e transfere outra parte um terminal multimodal no município de Palmeirante, no Tocantins, pela Ferrovia Norte-Sul. Nesse projeto, foram investidos cerca de R$ 400 milhões. Os recursos foram destinados à construção dos terminais de Itaqui e de Palmeirante e na logística de transporte entre os dois terminais.
No ano passado, a Copi movimentou aproximadamente 3,2 milhões de toneladas de fertilizante. “No fluxo ferroviário de Itaqui a Palmeirante foram transportadas 400 mil toneladas. Este fluxo tem capacidade para 1,5 milhão de toneladas. Então, a tendência é que a gente, a partir dessa rota, consiga transferir mais fertilizante em direção ao interior, que é onde está a demanda, e provavelmente Palmeirante se tornará um grande polo de mistura”, diz Eloy.
Descarbonização
Além da expansão, outro objetivo para o futuro do Porto do Itaqui é torná-lo mais sustentável. Em março, a Emap passou a integrar a “Aliança Brasileira de Descarbonização dos Portos”. A ação foi criada em parceria com a Valenciaport, empresa espanhola de gestão portuária, que propõe a construção de um plano de descarbonização para os terminais brasileiros.
Além do Porto do Itaqui, também fazem parte da aliança o Porto de Suape, Portos do Paraná, Porto do Açu, Porto Sudeste, Fundação Valencia, Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) e Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH).
“Também digitalizamos nossas operações, desde o pedido de atracação até o fechamento, e hoje é possível controlar do celular tudo o que está acontecendo no porto em tempo real”, informa Hibernon Marinho.
Fonte: Globo Rural
Clique aqui para ler o texto original: https://globorural.globo.com/especiais/caminhos-da-safra/noticia/2024/09/porto-do-itaqui-busca-expansao-para-acompanhar-crescimento-agricola-do-matopiba.ghtml
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