Agronegócio pede ações climáticas em países mais pobres
out, 11, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202440
O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da entidade, Muni Lourenço, afirmaram que a principal decisão esperada da COP 29 no Azerbaijão é um novo alvo para financiamento climático.
Durante um evento apresentando a posição da CNA para a COP 29, que será realizada em Baku no próximo mês, ele disse ao público que os compromissos feitos sob o Acordo de Paris não foram cumpridos e pediu aos países desenvolvidos que apoiem ações de mitigação e adaptação climática em nações em desenvolvimento.
Lourenço destacou que o fracasso em atingir a meta de financiamento climático de $100 bilhões por ano, que deveria começar em 2020, enfraquece a capacidade de alcançar os resultados esperados. Ele também observou que serão necessários $5,9 trilhões para implementar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países em desenvolvimento até 2030.
“A decisão sobre financiamento será a mais importante. É crucial estabelecer um novo alvo coletivo, quantificado, que inclua ações de mitigação, adaptação, transferência de tecnologia e capacitação para os países em desenvolvimento,” disse.
Lourenço também defendeu a adoção de tecnologias agrícolas eficientes como essenciais para a adaptação às mudanças climáticas, enfatizando que os indicadores de adaptação devem incluir o setor agrícola.
Ele ainda destacou a necessidade de aprimorar a capacidade de medir emissões e captura de carbono dentro do setor agrícola brasileiro, “levando em conta a realidade tropical do país.”
Outra demanda da CNA é a aprovação do plano de trabalho para o grupo de trabalho de Sharm El Sheikh, que foi estabelecido em 2017 no Egito. Um dos objetivos do grupo é criar um site para centralizar projetos de agricultura e segurança alimentar. “Isso é importante para a troca de experiências e informações sobre financiamento climático,” acrescentou Lourenço.
Ele afirmou que, nas últimas COPs, os países assinaram acordos políticos de alto nível sobre tópicos específicos, mas essas iniciativas paralelas correm o risco de desviar a atenção das negociações centrais sobre a implementação do Acordo de Paris.
“Acreditamos que o Brasil deve considerar cuidadosamente a assinatura de novas declarações e compromissos sem resultados concretos daquelas assinadas em anos anteriores. Esses acordos também devem estar alinhados com a NDC do Brasil,” enfatizou.
Olhando para a COP 30, que será realizada em Belém, Pará, no próximo ano, a CNA espera discussões sobre medidas para preservar a floresta amazônica, juntamente com iniciativas para o desenvolvimento econômico e social da região. “A CNA espera que a NDC do Brasil seja apoiada por políticas setoriais e ampla participação do setor produtivo. É vital posicionar o Brasil como líder na transição energética e sistemas sustentáveis,” disse Lourenço.
A CNA também reiterou seu compromisso de combater o desmatamento ilegal e pediu o reconhecimento dos agricultores que conservam terras além do que é exigido pelo Código Florestal. “Precisamos consolidar práticas sustentáveis e criar novas fontes de financiamento para esforços de adaptação e mitigação ligados ao setor agrícola,” afirmou.
No mesmo evento, Marco Túlio Cabral, chefe de gabinete da Secretaria de Mudanças Climáticas, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e um dos negociadores do Brasil na COP 29, enfatizou a crescente vulnerabilidade do agronegócio às mudanças climáticas, citando inundações recentes no Rio Grande do Sul e secas em grande parte do país.
Fonte: Valor Internacional
Clique aqui para ler o texto original: https://valorinternational.globo.com/agribusiness/news/2024/10/10/agribusiness-urges-climate-actions-in-poorer-countries.ghtml
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