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Com mais dinheiro disponível, a Marfrig pretende reduzir a dívida

nov, 01, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202443

Após aumentar suas reservas de caixa no dia 28 de outubro com os R$ 5,68 bilhões recebidos da venda de seus ativos bovinos e ovinos na América do Sul para a Minerva, a empresa de processamento de alimentos Marfrig deu um passo significativo no último dia 30 em seus esforços para melhorar seu perfil de dívida e reduzir a alavancagem.

A empresa anunciou um pagamento parcial antecipado de US$ 500 milhões sobre os títulos sêniores (debêntures) que emitiu em maio de 2019. Esses títulos tinham um rendimento anual de 7% e venciam em 2026. Originalmente avaliados em US$ 1 bilhão, a dívida foi parcialmente recompra em mercado aberto nos últimos anos, deixando um saldo remanescente de US$ 711 milhões. Com este último pagamento, o saldo restante será reduzido para US$ 211 milhões.

Em comunicado, a Marfrig afirmou que a recompra antecipada dos títulos faz parte de sua estratégia para otimizar a alocação de capital, estender seu perfil de dívida e reduzir tanto a endividamento quanto os custos de financiamento. A Marfrig, que possui a BRF, expressou esse objetivo desde o ano passado, quando anunciou seu acordo de venda de ativos com a Minerva.

Incluindo a BRF em seus resultados financeiros, a Marfrig encerrou o segundo trimestre deste ano com uma relação de alavancagem (medida como dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 3,38 vezes. O Valor apurou que a meta da empresa é reduzir essa relação para cerca de 2,5 vezes no curto prazo.

O Valor também descobriu que a Marfrig está considerando o pagamento antecipado de dívidas adicionais e que os esforços para melhorar seu perfil de dívida devem se intensificar com a recente entrada de caixa. A prioridade da empresa será suas dívidas de maior custo, incluindo empréstimos bancários.

Em sua divulgação de resultados do segundo trimestre em agosto, o diretor financeiro e de relações com investidores da Marfrig, Tang David, afirmou que a redução da dívida permitiria à empresa avançar em seu objetivo de expandir-se nos segmentos de produtos processados e de marca com maior margem.

O valor recebido pela Marfrig na segunda-feira refere-se à venda de 13 ativos bovinos e ovinos e um centro de distribuição no Brasil, Argentina e Chile. A transação, anunciada em agosto de 2023, também envolveu três fábricas no Uruguai, mas a autoridade de concorrência do país vizinho novamente rejeitou o negócio. A primeira rejeição do Uruguai ocorreu em 21 de maio. As empresas recorreram, mas o órgão antitruste manteve sua negativa.

Até segunda-feira, a Marfrig já havia recebido R$ 7,18 bilhões da Minerva pela venda dos ativos. Inicialmente, a transação foi avaliada em R$ 7,5 bilhões. Quando o contrato foi assinado em agosto de 2023, a Minerva fez um pagamento inicial de R$ 1,5 bilhão.

Do valor recebido pela Marfrig da Minerva, R$ 5,325 bilhões referem-se à venda de 13 plantas industriais e ao centro de distribuição no Brasil, Argentina e Chile, enquanto R$ 264,92 milhões correspondem a ajustes vinculados ao CDI (taxa de depósito interbancária do Brasil). A Minerva também pagou R$ 90,68 milhões por ajustes contratuais adicionais, que ainda estão sujeitos a confirmação e devem ser finalizados nos próximos 90 dias, a partir da última segunda-feira.

Por Alda do Amaral Rocha, Globo Rural

Fonte: Valor International

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