Portos da Amazônia impulsionam exportações de soja
jul, 16, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana210930
O Brasil, maior exportador de soja, está reforçando sua liderança contra os EUA, depois que gigantes do comércio investiram bilhões de dólares na construção de novos terminais e no desenvolvimento de rotas para portos da região amazônica, no norte do país.
“Os portos do norte do Brasil estão permitindo que o país exporte grandes volumes de grãos sem os atrasos históricos de carregamento ou filas de navios”, disse Sergio Mendes, diretor-geral da Anec – Associação Nacional dos Exportadores de Cereais. “Os comerciantes estão enviando pelo Norte os mesmos volumes de soja que costumam exportar de Santos, o maior porto da América Latina”, disse ele. “Esta é uma conquista enorme.”
A Bunge iniciou a expansão do transporte pelo Norte em 2014, quando começou a transportar soja via hidrovia por um percurso de mil quilômetros entre o Mato Grosso, onde o grão é produzido, até o porto de Barcarena, no Pará. A partir daí, empresas como a Cargill e a Louis Dreyfus também fizeram investimentos para construir terminais e barcaças.
De acordo com André Pessoa, da Agroconsult, os embarques de milho este ano podem subir 58% para 38 milhões de toneladas, e as exportações de soja podem atingir 70,5 milhões de toneladas, superando a estimativa anterior em 5,2%, em parte devido aos investimentos nos portos da região Norte do país.
No primeiro semestre, um total combinado de 19 milhões de toneladas de grãos de milho e soja passaram a serem exportados via portos da região norte, e o volume de 2019 pode chegar a 35 milhões, de acordo com a Aprosoja – Associação dos Produtores de Soja e Milho.
De janeiro a junho de 2019, os embarques de soja dos portos do Sul aumentaram 16% em relação ao mesmo período de 2014, enquanto as exportações dos portos do Norte mais que triplicaram, segundo dados do governo compilados pela Abiove – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais. Nos seis meses encerrados em junho, o Norte movimentou 32% dos embarques totais, mais que o dobro de 2014.
Mais investimentos devem vir. A Cargill poderá investir 900 milhões de reais (US $ 240 milhões) até 2030 em um novo terminal privado em Abaetetuba, no Estado do Pará, acrescentando 9 milhões de toneladas à capacidade de exportação existente de 9,5 milhões de toneladas no Norte do Brasil, uma região estratégica para embarque de grãos.
Além dos investimentos em infraestrutura, o Brasil também se beneficiou com a guerra comercial do governo Trump com a China, o principal importador de soja. O país asiático tem evitado principalmente o abastecimento dos EUA, e os embarques diminuíram notavelmente dos portos no noroeste do Pacífico, que tem capacidade excessiva para as culturas.
Fonte: Bloomberg
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