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Economia

Vendas de máquinas se recuperam após 28 meses de queda, afirma associação

nov, 28, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202445

Os fabricantes de máquinas e equipamentos registraram o primeiro mês de crescimento na receita líquida total em outubro, após 28 meses consecutivos de queda anual. De acordo com dados divulgados na quarta-feira (27) pela ABIMAQ, a associação que representa o setor, a indústria teve vendas de R$ 26,3 bilhões em outubro, marcando um aumento de 6,4% em relação ao mesmo período de 2023 e uma alta de 11,3% em comparação com setembro.

A associação espera que, nos próximos meses, a receita continue a apresentar variação positiva anual, o que pode resultar em uma queda de um dígito para o ano, em comparação com os atuais 11,3%. A ABIMAQ estima uma redução de 7% para o ano.

A ABIMAQ atribui os resultados de outubro às melhorias tanto nas vendas internas quanto nas exportações. No entanto, o setor ainda está no vermelho no acumulado do ano. Nos primeiros dez meses, a receita total chegou a R$ 225,5 bilhões, uma queda de 11% em relação ao mesmo período de 2023.

Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatísticas da ABIMAQ, identificou três fatores que explicam o desempenho de outubro, além da comparação com uma base baixa no último trimestre de 2023.

“Houve um crescimento robusto nas exportações, acima da média mensal. As vendas internas de máquinas para bens de consumo aumentaram, impulsionadas pela melhoria da renda das famílias, pela menor taxa de desemprego e pelos programas de melhoria de renda do governo. O terceiro evento foi o aumento nas vendas internas de máquinas para a construção civil”, afirmou.

Para 2025, a ABIMAQ projeta um crescimento de 3,7% na receita líquida total. “Esta é uma estimativa otimista, dada a recente alta nas taxas de juros, além das expectativas anteriores”, observou a diretora.

A receita líquida interna confirma o forte desempenho do mercado local. Em outubro, atingiu R$ 18,4 bilhões, um aumento de 6,5% em relação ao mesmo mês do ano passado e uma alta de 12% em comparação com setembro. Nos primeiros dez meses do ano, somou R$ 166,3 bilhões, uma queda de 12,9%. A ABIMAQ mantém a projeção de uma queda de 8,8% até o final de 2024.

O consumo aparente (soma da produção interna total com as importações, excluindo exportações) totalizou R$ 34,7 bilhões no mês passado, um aumento de 21,6% em relação ao ano passado e uma alta de 10,1% sobre setembro. Apesar dos resultados de outubro, o total anual chega a R$ 305,2 bilhões, ainda com queda de 2,8%. Segundo a ABIMAQ, a redução dos investimentos no agronegócio impacta o consumo aparente em 2024.

Outro destaque é a participação das importações no consumo aparente. Atualmente, as importações representam 45% do indicador, em comparação com 29% em 2013.

Comércio Exterior

As exportações de máquinas e equipamentos em outubro totalizaram US$ 1,4 bilhão, uma queda de 0,6% em relação ao ano passado, mas um aumento de 8,2% em comparação com setembro. Foi o melhor resultado mensal do setor em 2024. No acumulado do ano, os embarques somam US$ 11 bilhões, uma redução de 7% em relação a 2023. A ABIMAQ prevê uma queda de 3% a 3,5% para o ano.

A Sra. Zanella observou que os fabricantes ainda não perceberam os efeitos da recente valorização do dólar sobre as exportações. “A taxa de câmbio aumenta os custos de produção, ao mesmo tempo que torna os produtos brasileiros mais competitivos. A questão é que o mercado internacional está mais contraído, com crescimento mais lento nos Estados Unidos e na Europa.”

As importações do setor atingiram US$ 2,7 bilhões em outubro, um aumento significativo de 32,4% em relação ao mesmo mês de 2023 e uma alta de 6,1% em comparação com setembro. Este é o segundo maior valor da história, ficando atrás apenas de maio de 2012, que registrou importações de US$ 2,9 bilhões. Nos primeiros dez meses de 2024, foram importados US$ 24,7 bilhões em máquinas, um aumento de 10,5% sobre 2023, com os produtos chineses representando agora 30% do total das importações.

Segundo . Zanella, o mesmo “mercado contraído nos Estados Unidos e na Europa” que reduz o espaço para as exportações brasileiras aumenta a disponibilidade de produtos importados no país. “Esses produtos acabam sendo direcionados a mercados como o Brasil.”

O déficit comercial do setor continua negativo. Outubro registrou um déficit de US$ 1,3 bilhão, um aumento de 105,3% em relação ao mesmo mês de 2023, e um aumento de 3,9% sobre setembro. No acumulado do ano, o déficit soma US$ 13,7 bilhões, um aumento de 30,7% em comparação com o ano passado.

Fonte: Valor Internacional

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