Brasil Aumenta Importação de Bens Duráveis em 53%, Impulsionada por Carros Elétricos Chineses
dez, 18, 2024 Postado porDenise VileraSemana202448
O volume de importações brasileiras de bens de consumo duráveis registrou um salto de 53,4% entre janeiro e novembro de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. O principal motor desse crescimento foi a compra de carros elétricos da China, conforme aponta o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta terça-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
“O aumento nos bens duráveis ao longo de 2024 foi impulsionado pelas importações de carros elétricos vindos da China. O pico ocorreu em junho, quando houve uma variação de +320% em relação ao mesmo mês de 2023”, destaca o relatório da FGV.
Além dos bens duráveis, as importações de outras categorias industriais também cresceram. O volume de bens de capital subiu 23,8%, refletindo investimentos, enquanto os bens intermediários apresentaram alta de 14,5%, indicando maior demanda por insumos industriais. No mesmo período, as importações de bens de consumo semiduráveis aumentaram 27,7%, e as de bens não duráveis cresceram 10,0%.
Impacto na Balança Comercial
Esse crescimento acelerado nas importações contribuiu para a redução do superávit comercial brasileiro em 2024. Entre janeiro e novembro, o superávit somou US$ 69,9 bilhões, US$ 19,4 bilhões a menos do que no mesmo período de 2023.
Apesar da queda no superávit, o fluxo total de comércio aumentou, atingindo US$ 554,7 bilhões no acumulado até novembro, US$ 22,8 bilhões acima do registrado em 2023. “A corrente de comércio foi maior, impulsionada principalmente pelo aumento das importações”, afirmou o Icomex.
A FGV projeta que a balança comercial de 2024 encerrará o ano com um superávit entre US$ 74 bilhões e US$ 78 bilhões. “Não há expectativa de eventos significativos que possam alterar as principais tendências da balança comercial neste ano”, acrescentou o relatório.
Exportações e Importações por Parceiros Comerciais
No acumulado de janeiro a novembro, o volume total de exportações brasileiras cresceu 4,2% em comparação ao mesmo período de 2023, enquanto o volume importado teve alta de 16,5%. A China manteve-se como o principal destino das exportações brasileiras e também a maior origem das importações.
O superávit comercial com a China atingiu US$ 31,0 bilhões, representando 44,3% do saldo acumulado da balança comercial até novembro de 2024. Contudo, em termos relativos, a participação chinesa nas exportações brasileiras diminuiu, enquanto aumentaram as exportações para os Estados Unidos e União Europeia.
No acumulado do ano, o volume exportado para os Estados Unidos cresceu 10,7%, e para a União Europeia, 5,7%. Por outro lado, os embarques para a China aumentaram apenas 1,2%, e para a Argentina recuaram expressivos 20,1%.
Nas importações, os volumes vindos da China registraram alta significativa de 38,1%. Houve também aumentos nas compras oriundas dos Estados Unidos (+3,9%), União Europeia (+0,9%) e Argentina (+11,8%).
Esses dados refletem as dinâmicas comerciais de 2024, marcadas por uma maior dependência de produtos chineses e uma leve diversificação nos mercados de exportação.
Fonte: Info Money
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