China diminui dependência do comércio com os EUA
jan, 02, 2025 Postado porSylvia SchandertSemana202501
A participação dos EUA no comércio com a China caiu para o nível mais baixo desde que a China aderiu à Organização Mundial do Comércio em 2001, enquanto Pequim se prepara para possíveis tarifas com o retorno de Donald Trump ao governo americano.
Os EUA foram responsáveis por 11,2% das importações e exportações totais da China em termos de dólar no período de janeiro a novembro, mostram dados da alfândega chinesa, queda de 4,6 pontos percentuais em relação à participação de 2001.
Os dados abrangem o comércio de mercadorias.
A China reduziu sua dependência do comércio com os EUA desde as tarifas retaliatórias de 2018 e 2019, durante o primeiro mandato de Trump. Com o republicano de olho em uma tarifa adicional de 10% sobre quase todos os produtos chineses depois que ele assumir o cargo em janeiro, Pequim está se preparando para outra rodada de tensões comerciais.
Trump propôs anteriormente uma tarifa de 60% ou mais sobre bens importados da China. O Japan Center for Economic Research estima que tal movimento arrastaria para baixo o crescimento econômico chinês em 2025 de 4,7% para 3,4%, com a cifra permanecendo abaixo de 4% mesmo se Pequim impuser taxas retaliatórias.
A participação dos EUA no comércio com a China viu uma queda substancial a partir de 2005, quando a China aumentou as exportações para economias emergentes em rápido desenvolvimento. Começou a crescer novamente em 2013, sob o presidente chinês, Xi Jinping, mas caiu 2,5 pontos somente em 2019 em meio à guerra comercial.
Na terça-feira, Xi minimizou os possíveis efeitos das tarifas de Trump e disse que o país mantinha como prioridade cumprir sua meta de crescimento anual do seu Produto Interno Bruto (PIB), de 5%.
Em seu discurso anual de Ano Novo transmitido pela TV, Xi disse que a economia da China “atualmente enfrenta novos desafios, incluindo incertezas externas e pressões que impactam os motores de crescimento da economia que estão em transição”. “No entanto, esses desafios podem ser superados por meio de esforço”, disse o presidente. “Sempre nos fortalecemos por meio de provações e prosperamos por meio de testes. Devemos permanecer confiantes.”
De janeiro a novembro de 2024, 14,6% das exportações chinesas foram para os EUA ,marcando uma baixa pós-2001. O número de importações caiu 4,4 pontos do pico para 6,3%.
Grande parte das exportações da China está indo para o Sudeste Asiático. Nos primeiros 11 meses de 2024, as exportações para os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático totalizaram mais de US$ 520 bilhões, perfazendo 16% do total — mais do que qualquer outro país ou bloco. As exportações para o Camboja e o Vietnã aumentaram quase 20% cada.
Exportadores chineses que roteiam produtos com destino aos EUA por meio de terceiros países para evitar tarifas também podem ser um fator. Preocupações estão crescendo nos mercados asiáticos e da América Central e do Sul sobre empresas chinesas “exportando deflação” ao descarregar excesso de mercadorias no exterior a preços baixos.
Do lado da importação, a China passou a depender menos dos EUA para grãos e outras commodities. Seu maior fornecedor de soja importada de janeiro a novembro foi o Brasil, respondendo por cerca de 70% do total, com os EUA registrando cerca de 20%. Em 2017, antes da guerra comercial, o Brasil representava cerca de metade do total e os EUA cerca de 30%.
Esses foram os produtos mais exportados do Brasil para a China em contêineres em 2024. Esta informação relevante vem do DataLiner.
Produtos Mais Exportados para a China | 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
A parcela das importações chinesas de trigo provenientes dos EUA também caiu abaixo de 20%, de quase 40% em 2017, com Austrália, Canadá e França se tornando os maiores fornecedores.
Pequim impôs tarifas retaliatórias sobre a soja e o trigo dos EUA, entre outros produtos, durante a guerra comercial. Ela vem diversificando seu suprimento para garantir a segurança alimentar em antecipação às tensões de longo prazo com os EUA.
Alguns analistas sugerem que a tendência pode mudar se as tensões comerciais aumentarem, dada a propensão de Trump para fazer acordos. “A China poderia prometer importar mais dos EUA como parte de um acordo com Trump para evitar ou reduzir as tarifas”, disse Naoki Tsukioka, da Mizuho Research & Technologies.
Fonte: Valor Econômico
Clique aqui para ler o texto original: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2025/01/01/china-diminui-dependncia-do-comrcio-com-os-eua.ghtml
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