Automotivo

Exportações de carros brasileiros para a Argentina dispararam em 2024

fev, 10, 2025 Postado porSylvia Schandert

Semana202506

Apesar das diferenças políticas entre os governos do Brasil e da Argentina, as montadoras brasileiras de automóveis não só mantiveram sua força no mercado vizinho como encontraram um cenário excepcional para expandir suas exportações. Em 2024, a Argentina emergiu como uma tábua de salvação para o setor, compensando a queda expressiva nas vendas para o México. Dados revelam que, a cada cinco carros vendidos no mercado argentino no ano passado, dois eram importados do Brasil, reforçando uma parceria comercial que segue firme e promissora.

No total, mais de 166 mil veículos foram exportados pelo Brasil para a Argentina em 2024, gerando um faturamento de US$ 2,58 bilhões. Esse volume representa um aumento de 50% em relação a 2023 e é o maior registrado nos últimos quatro anos. O valor das exportações também cresceu 60% em comparação com o ano anterior, atingindo o maior patamar desde 2018. Os dados, extraídos do Comex Stat, sistema da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostram uma recuperação significativa do setor automotivo brasileiro.

A Argentina voltou a ser o principal destino das exportações de veículos brasileiros, respondendo por 40% do total de 398,5 mil unidades exportadas. Esse desempenho superou o México, que viu suas compras caírem 25%, reduzindo sua participação para 24%. A retomada do mercado argentino foi impulsionada por mudanças econômicas e industriais no país, incluindo a reversão do déficit comercial e a injeção de recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que ajudaram a aliviar a escassez de dólares.

O governo do presidente Javier Milei adotou medidas que facilitaram o comércio exterior, como a eliminação de licenças para importação e o fim do imposto sobre operações de câmbio. Essas ações criaram um ambiente mais favorável para as montadoras brasileiras, que aproveitaram a capacidade instalada na Argentina para produzir veículos maiores, como picapes e sedãs, enquanto o Brasil se concentrou na produção de carros compactos, mais acessíveis e de maior volume.

Apesar do crescimento no setor automotivo, as exportações brasileiras para a Argentina caíram 17,6% no geral em 2024, somando US$ 13,8 bilhões. No entanto, excluindo a soja, que teve um boom atípico em 2023, a queda foi reduzida para 6,8%. Para as montadoras, a resposta rápida às medidas de abertura comercial foi crucial, permitindo que o Brasil consolidasse sua posição como principal fornecedor de veículos para o mercado argentino.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que o mercado argentino teve uma reação forte no segundo semestre de 2024 e deve continuar crescendo em 2025, com previsão de vendas superiores a 500 mil unidades. No entanto, há preocupações com a possível entrada de veículos elétricos chineses no mercado argentino, após a eliminação do imposto de importação para carros eletrificados. Essa mudança pode alterar a dinâmica comercial no futuro, mas, por enquanto, as montadoras brasileiras seguem otimistas com o cenário atual.

Fonte: Jornal da Fronteira

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