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FT: UE retaliará tarifas sobre aço e alumínio dos EUA
fev, 12, 2025 Postado porDenise VileraSemana202507
A União Europeia (UE) anunciou hoje que retaliará as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio com “contramedidas firmes e proporcionais”, ao mesmo tempo em que as autoridades em Bruxelas correm para tentar evitar uma guerra comercial contra Washington. “A UE agirá para proteger seus interesses econômicos. Vamos proteger nossos trabalhadores, empresas e consumidores”, disse hoje a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen.
O presidente dos EUA, Donald Trump, oficializou ontem tarifas de 25% sobre todas as importações americanas de aço e alumínio, que entram em vigor em 12 de março. Os países-membros da UE já aprovaram tarifas de até 50% sobre 4,8 bilhões de euros em importações vindas dos EUA, que poderiam ser implementadas com uma rápida votação final. Entre os alvos estariam produtos como o uísque bourbon, motos Harley-Davidson, barcos a motor e alguns tipos de aço e alumínio.
Leyen se reunirá hoje com o vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, em Paris, para discutir o assunto, enquanto a CE convocou uma reunião de ministros europeus do Comércio Exterior para a tarde de amanhã.
O comissário de Comércio Exterior da UE, Maros Sefcovic, disse ao Parlamento Europeu que o objetivo do bloco econômico é negociar. “Continuamos comprometidos com um diálogo construtivo. Estamos prontos para negociações e para encontrar soluções mutuamente benéficas sempre que possível.”
“Há muito em jogo para ambos os lados. Queremos fazer isso funcionar, até porque faz sentido”, disse o comissário. “A UE não vê justificativa para a imposição de tarifas sobre nossas exportações, que são economicamente contraproducentes. Em especial, tendo em vista a profunda integração das cadeias de produção,estabelecidas por meio de nossos extensos laços comerciais e de investimentos transatlânticos.”
“Tarifas são impostos; ruins para as empresas, [e ainda] piores para os consumidores.” As importações europeias de uísque Bourbon já haviam sido alvo de retaliação da UE às tarifas sobre os metais impostas no primeiro mandato de Trump como presidente. Essa disputa foi encerrada pelo ex-presidente Joe Biden, mas não deforma permanente.
A guerra tarifária deverá retornar no fim de março, mas isso pode ser antecipado se houver concordância da maioria dos países da UE. O bloco europeu também pode intensificar a retaliação, mas Leyen frisou que qualquer resposta seria “proporcional”. A indústria siderúrgica da UE já vem encolhendo e em 2023 a produção europeia do setor atingiu o menor nível na história. As tarifas sobre exportações de cerca de 3,7milhões de toneladas anuais terão um forte impacto, segundo Axel Eggert, diretor-geral da Eurofer, a associação europeia das empresas do setor.
“A ‘última tonelada’ é a mais lucrativa, porque temos custos fixos muito elevados[que continuam constantes, independente do volume de produção]”, disse Eggert.
O aço de outras partes do mundo que deixar de ir ao mercado dos EUA também pode ser exportado para a Europa, empurrando os preços ainda mais para baixo,acrescentou Eggert.
A Ucrânia, cuja indústria siderúrgica foi devastada pela invasão em grande escala da Rússia há quase três anos, também será alvo das tarifas dos EUA.
“Estamos determinados a trabalhar ativamente com parceiros para encontrar a solução ideal antes de 12 de março”, disse hoje a vice-primeira-ministra e ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, no X (Twitter).
O Reino Unido não ameaçou retaliar contra as tarifas dos EUA sobre aço e alumínio,uma vez que o primeiro-ministro Keir Starmer tenta evitar uma guerra comercial contra Trump e aprofundar os laços econômicos, em especial na área de tecnologia e no setor de serviços profissionais.
Embora aliados do primeiro-ministro digam que nenhuma decisão foi tomada sobre como responder às novas tarifas, o governo britânico busca minimizar as expectativas de qualquer represália. Starmer salientou, por exemplo, que os EUA representaram apenas 5% das exportações britânicas de aço em 2023 e 6% das exportações de alumínio.
Apesar da posição favorável ao livre comércio, o governo britânico também preparou planos emergenciais caso a situação se agrave. A indústria siderúrgica britânica destaca que a decisão de Trump seria um “golpe devastador” para o setor.
Fonte: Valor
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