
China Promete Parcerias “Confiáveis” com a América Latina enquanto Trump Apresenta Exigências Comerciais
fev, 21, 2025 Postado porSylvia SchandertSemana202508
A China será sempre uma parceira e amiga “confiável” da América Latina, afirmou seu ministro das Relações Exteriores ao seu homólogo boliviano, enquanto Pequim busca melhorar sua presença em uma região historicamente sob a esfera de influência dos EUA.
“A América Latina é a casa dos povos latino-americanos e não é o ‘quintal’ de nenhum país”, disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante uma reunião nas Nações Unidas, na terça-feira, de acordo com um comunicado de seu ministério.
A China deseja “elevar continuamente a parceria estratégica China-Bolívia”, disse Wang ao ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Celinda Sosa.
A Bolívia, que estabeleceu relações diplomáticas com Pequim em 1985, está entre os muitos países da América do Sul que se vincularam economicamente à China por meio de dívidas e investimentos.
O país rico em recursos naturais deve à China, o maior credor bilateral do mundo, mais de 1,7 bilhões de dólares, de acordo com dados do Banco Mundial.
Empresas chinesas investiram outros 6 bilhões de dólares, mostram estatísticas do think tank American Enterprise Institute, principalmente nos setores de metais, energia e transporte da Bolívia.
O investimento direto estrangeiro dos EUA na Bolívia é de cerca de 430 milhões de dólares, segundo dados do Departamento de Estado dos EUA, predominantemente nos setores de petróleo e gás e manufatura.
Os EUA e a China parecem prontos para competir na América Central e do Sul durante o segundo mandato do presidente dos EUA, Donald Trump, com os investimentos chineses na região, especialmente em energia e infraestrutura, desafiando a influência dos EUA.
Trump não perdeu tempo em criticar o Panamá por suas relações com a China depois de assumir o cargo, enviando o secretário de Estado Marco Rubio com a mensagem de encerrar a influência chinesa sobre o Canal do Panamá ou enfrentar ações dos EUA.
O presidente do Panamá, José Raul Mulino, mais tarde disse que seu país não renovaria sua adesão à iniciativa “Belt and Road” do presidente chinês Xi Jinping, para desgosto de Pequim.
Trump havia se recusado a descartar o uso da força militar para retomar o Canal do Panamá antes da visita de Rubio.
“A China apoia os países latino-americanos na defesa de sua soberania, independência e dignidade nacional”, disse Wang.
Ele também parabenizou a Bolívia por se tornar membro dos BRICS, um grupo de nações em desenvolvimento fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China, com o objetivo de rivalizar com a ordem mundial dominada pelo Ocidente. O grupo cresceu desde então, incluindo também África do Sul, Egito, Etiópia, Indonésia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Trump advertiu repetidamente os BRICS para não desafiar a dominação do “poderoso dólar americano”, e ameaçou os membros com tarifas de 100% “se quiserem brincar com o dólar”.
No entanto, o Brasil, na semana passada, se juntou ao grupo de países latino-americanos que recuaram diante de uma das exigências de Trump – abandonando os planos de avançar com uma moeda comum enquanto ocupa a presidência dos BRICS, para evitar uma reação negativa de Trump.
A China, maior mercado de exportação do Brasil, compra quase 70 bilhões de dólares a mais da maior economia da América Latina do que os EUA, de acordo com dados da UN COMTRADE, mas ainda não quer colocar em risco os 37 bilhões de dólares em mercadorias que vende para o mercado americano.
Trump não poupou ameaças de reverter os laços comerciais com a região, enquanto a China busca cultivar parcerias estratégicas mais profundas com países individuais da América Latina, oferecendo à região um pólo alternativo de apoio econômico.
Ele também ameaçou o México e a Colômbia com medidas comerciais punitivas se não tomassem medidas mais fortes para conter a imigração ilegal para os EUA.
O México concordou em reforçar sua fronteira norte com 10.000 membros da Guarda Nacional para conter o fluxo de migrantes ilegais e drogas.
O presidente colombiano Gustavo Petro recuou de uma decisão de impedir aviões militares dos EUA que transportavam migrantes deportados, afastando o país do limite de uma guerra comercial com seu maior mercado de exportação.
Reportagem de Joe Cash; Edição de Tom Hogue, Lincoln Feast e Kim Coghill
Fonte: Reuters
-
Portos e Terminais
jun, 14, 2022
0
Porto de Santos vira a ‘bola da vez’
-
Grãos
set, 30, 2021
0
China mantém cotas para importação de milho e trigo em 2022
-
Automotivo
fev, 12, 2020
0
Brasil e Paraguai assinam acordo automotivo
-
abr, 10, 2024
0
Alta demanda doméstica do Brasil pela pitaya está prejudicando as exportações