Minerva Foods diminui prejuízo no segundo trimestre
jul, 26, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana201931
O prejuízo da Minerva Foods diminuiu 88% no segundo trimestre de 2019 com a ajuda do aumento das exportações de carne bovina da Argentina à China, que sofre com a gripe suína africana que dizimou grande parte de seus porcos.
Entre abril e junho, a Minerva Foods teve um resultado líquido negativo de R$ 113,2 milhões. No mesmo período do ano passado, o prejuízo líquido havia sido de R$ 925,9 milhões.
O diretor de finanças e de relações com investidores da Minerva, Edison Ticle, disse, em entrevista ao Valor após a divulgação do balanço, que a empresa teria lucrado se não fossem itens não recorrentes.
Entre esses fatores estão uma despesa de cerca de R$ 40 milhões paga aos detentores de bônus da empresa para liberarem garantias atreladas à subsidiária Athena Foods. A liberação era fundamental para garantir a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da subsidiária na bolsa de Santiago (Chile) que acabou adiada por condições adversas do mercado mas que ainda deve ocorrer.
A hiperinflação na Argentina foi outro fator que provocou um impacto de R$ 40 milhões no faturamento, porém sem efeito sobre o caixa da empresa.
De acordo com Ticle, operacionalmente os resultados da Minerva no segundo trimestre foram positivos, principalmente fora do Brasil. A empresa reportou fluxo de caixa livre positivo de R$ 99,8 milhões, e o índice de alavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda) ficou estável, em 3,8 vezes.
Demanda asiática
A forte demanda asiática, especialmente da China – por carne fez a Athena Foods, subsidiária do grupo que abrange negócios da Minerva na Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Colômbia, fosse a principal responsável pelo faturamento da empresa, com 42% da receita bruta no segundo trimestre. Esse movimento pode ser intensificado em agosto, com a retomada dos abates na unidade argentina de Venado Tuerto, que estava fechada.
Já os negócios de carne no Brasil, que inclui exportações feitas a partir do país, responderam por outros 42% da receita bruta. O restante foi gerado na área de trading.
No segundo trimestre, a receita líquida da Minerva totalizou R$ 4 bilhões, um crescimento anual de 7,7%.
Segundo Ticle, a demanda da China poderia ter sido maior se a Minerva tivesse maior capacidade de exportar para o país a partir do Brasil. Atualmente, apenas o frigorífico de Barretos (SP) tem autorização para exportar aos chineses.
Para resolver essa questão, a empresa espera que haja a habilitação de mais frigoríficos, possivelmente em agosto, durante a visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao país. Há duas plantas brasileiras da Minerva na fila para a habilitação.
A Minerva também está otimista com a abertura da China à carne da Colômbia, no qual a empresa responde a 70% das exportações de carne.
Fonte: Valor
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