A espera dos agricultores de soja argentinos por preços mais altos para vender a safra encharcada pela chuva
maio, 21, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202421
Nos campos de Pergamino, no coração agrícola da Argentina, o agricultor Adrian Farroni está começando tarde a colheita de soja, atrasada pelas chuvas que, somadas aos baixos preços, levaram ao ritmo mais lento de vendas de soja do país em uma década.
O ritmo lento da venda da oleaginosa pelo país sul-americano pode pressionar o suprimento da região, mesmo com a safra rival do Brasil sendo prejudicada por grandes inundações. A Argentina é um dos maiores exportadores globais de óleo e farelo de soja, processados a partir da soja.
Os agricultores argentinos haviam vendido até o início de maio 31% de uma colheita esperada de soja de 49,7 milhões de toneladas métricas, o ritmo mais lento desde pelo menos a campanha 2014/15, mostram dados do governo.
“Normalmente começamos a colher em abril, mas estava chuviscando constantemente”, disse Farroni em seus campos, onde duas colheitadeiras trabalhavam para retomar a colheita durante uma janela de clima frio e seco. “Então, a cada semana, só colhemos por dois dias e por cinco dias tivemos que parar.”
Os dados do governo mostram que, até a última quarta-feira, os agricultores haviam colhido 61% da área plantada com soja, ficando atrás até mesmo do ritmo de colheita prejudicado pela seca na temporada passada.
Uma combinação de clima ruim e baixos preços estagnou as vendas, disse Dante Romano, pesquisador do Centro de Agronegócios da Universidade Austral, em Rosario, um importante centro de grãos. Os agricultores muitas vezes concordam com as vendas antes que a safra seja totalmente colhida.
“Foi um ritmo de vendas realmente lento, um dos mais lentos que já tivemos na história”, disse Romano, que estimou que os negócios haviam sido fechados para apenas 12% da safra de soja, cerca da metade do ritmo médio para esta época do ano.
VENDAS DE SOJA ‘PARALISADAS’
No início deste ano, os agricultores estavam recebendo cerca de $270 por tonelada, disse Romano, incentivando-os a manter suas reservas de soja e esperar pelo mercado se recuperar.
“O produtor estava tendo prejuízo com esses preços, o que deixou as vendas totalmente paralisadas”, disse Romano.
Os preços da soja estão começando a se recuperar à medida que preocupações com perdas na safra devido a inundações no Brasil e seca no norte da Argentina compensaram os dados que indicam menor demanda dos EUA.
No mercado futuro de Rosario, na Argentina, os futuros de soja para julho estão sendo negociados em torno de $315 por tonelada, abaixo dos $350 durante o plantio no final do ano passado, mas mais altos do que as mínimas recentes, o que, segundo os analistas, está estimulando um aumento modesto nas negociações.
No entanto, o agricultor Farroni estava apostando em novos aumentos nos preços da soja, optando por vender seu trigo e leguminosas por enquanto para se manter financeiramente, enquanto mantinha principalmente sua soja.
“Ainda não é tentador vender soja”, disse ele. “Quem pode segurar e adiar as vendas está esperando.”
Fonte: Reuters
Clique aqui para ler o texto original: https://www.reuters.com/world/americas/argentina-soy-farmers-wait-rising-prices-sell-rain-drenched-crop-2024-05-20/
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