Abimaq: Exportação em alta não salva receita do setor de máquinas em 2022
fev, 01, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202306
O crescimento das exportações de máquinas e equipamentos em 2022, de 21% sobre o ano anterior, não foi suficiente para salvar o desempenho dos fabricantes. O setor fechou o ano passado com queda nos principais indicadores. O principal deles, a receita líquida total, somou R$ 310,4 bilhões em 2022, baixa de 5,9% em relação ao ano anterior, informou a Abimaq, entidade que representa o setor, nesta terça-feira (31). Este resultado interrompe a sequência de quatro anos de recuperação, que, desde 2018, acumulava ganho de 38,1%.
Os últimos três meses surpreenderam negativamente, principalmente em máquinas agrícolas. A queda de receita nesse período foi de 10%. Em dezembro, o setor registrou o sétimo mês seguido de redução da receita total na comparação com o mesmo mês de 2021. O faturamento total somou R$ 23,2 bilhões, recuo de 4,1% sobre novembro e de 9,8% na comparação com dezembro de 2021.
A receita líquida interna em 2022 ficou em R$ 245,8 bilhões, 7,4% abaixo de 2021. Em dezembro, foram R$ 17 bilhões, redução de 10,4% em relação a novembro e de 7,4% sobre o mesmo período do ano anterior.
O consumo aparente (soma das máquinas importadas com as produzidas no Brasil e destinadas ao mercado interno) fechou 2022 em R$ 389,3 bilhões, 8,3% menor do que em 2021. Dezembro reforçou esse movimento, com R$ 29,4 bilhões a perda ficou em 8,1% na comparação com novembro e em 8,3% sobre o último mês de 2021. A Abimaq justifica esse resultado como reflexo da “piora nas atividades da indústria extrativa, de transformação e no setor agrícola’.
O nível de emprego na indústria de máquinas terminou 2022 com alta de 6,1%, com 7.649 contratações. No fim do ano o setor empregava 390,8 mil pessoas, mas em dezembro houve redução no quadro de funcionários de 1,6%.
Balança comercial
A receita com o embarque de máquinas e equipamentos foi a grande notícia do setor em 2022. As exportações somaram US$ 12,2 bilhões, com alta de 21% na comparação com 2021. Isso significa que mais de 20% da receita total do setor veio do mercado externo em 2022. Na média, as exportações superaram US$ 1 bilhão ao mês.
Em volume, a alta de exportações foi de 6,6%. O único segmento que ficou negativo no ano foi o de infraestrutura e indústria de base, com queda de 1,1%. A América do Sul foi o principal destino, com 37% dos equipamentos embarcados, seguida da América do Norte (33%) e Europa (12%).
As importações, no entanto, também cresceram. Com o total de US$ 24,9 bilhões, a compra de produtos no exterior subiu 13,8%. Com isso, a balança comercial do setor se manteve no negativo, fechando o ano em US$ 12,7 bilhões, alta de 7,7%. A China foi a origem de 27,8% das máquinas importadas, seguida pelos Estados Unidos (17,4%) e Alemanha (11,7%).
Em dezembro, o setor exportou US$ 1,18 bilhão, expansão de 19,6% sobre o mês anterior e de 1,2% na comparação anual. Já as importações somaram US$ 2,22 bilhões, 3,1% a menos do que em novembro, mas 11,8% a mais do que no mesmo mês de 2021.
Segundo a Abimaq, o setor trabalhou em 2022 com uma média de ocupação da capacidade instalada de 78,6%. A carteira de pedidos dos fabricantes fechou o ano em 11,5 semanas, 3,4% em relação ao fechamento de 2021 que era de 11,9 semanas.
A entidade informou ainda que o setor superou a previsão inicial de investimento para 2022. A estimativa no começo do ano era de aportes de R$ 15,4 bilhões e foram realizados R$ 16,5 bilhões. Para 2023, a estimativa é de R$ 12 bilhões, 21,6% abaixo da previsão do ano anterior.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a reportagem original, acesse: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/01/31/abimaq-exportacao-em-alta-nao-salva-receita-do-setor-de-maquinas-em-2022.ghtml
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