Durante os debates e rodas de conversa, os diretores da Alacero alertaram sobre o “risco iminente” em relação à práticas injustas no comércio com a China. Atualmente, a China é o principal fornecedor de aço extrarregional para a América Latina, com um terço das importações. Isso é refletido na quantidade de ações antidumping abertas na região ao longo do primeiro semestre de 2023, das quais 63% são dirigidas contra a China.
As estimativas de consumo de aço por país apresentadas pela entidade durante o Summit de Alacero demonstraram variações significativas. O México, por exemplo, registrou -2% no ano passado e tem uma estimativa de 9,7% para este ano. O Brasil fechou 2022 com -10,6% e espera fechar 2023 com -1,5%. Já a Argentina encerrou 2022 com 1,2% e projeta encerrar 2023 com 0,7%, enquanto a Colômbia apresentou -13,7% em 2022 e espera 2,4% em 2023.
Em relação a 2022, o volume de exportações apresentará uma redução de 2,6 milhões de toneladas, totalizando 7,9 milhões de toneladas, enquanto o volume de importações aumentará 2,1 milhões de toneladas, atingindo 26,5 milhões de toneladas.
O gráfico abaixo – desenvolvido com dados do DataLiner – mostra as importações brasileiras de aço (sh 7326) de janeiro de 2020 e setembro de 2023.
Importações de aço da China | Jan 2020 – Set 2023 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Descarbonização
Sobre descarbonização e as tendências comerciais, quem se manifestou foi Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero. “Para cada tonelada de aço produzida, as empresas latino-americanas emitem 1,6 toneladas de CO2, um número inferior à média global de 1,8 toneladas, segundo a worldsteel. Para atingir os objetivos de redução de emissões de CO2 até 2050, é necessária conscientização, discussão, ação e projetos de toda a indústria em conjunto”, afirmou o líder da entidade.
Isso porque, para os líderes latino-americanos do aço, o perigo para o setor não é apenas o aumento da produção e da capacidade produtiva na China, mas também os níveis elevados de emissões de CO2 com os quais isso ocorre.
Atualmente, a produção anual de aço bruto na região ultrapassa os 60 milhões de toneladas, enquanto a produção mundial é de quase 2 bilhões de toneladas. Deste total, a China representa metade desse volume.
“Na América Latina, produzimos aço com uma pegada de carbono 15% menor do que a média global e 30% menor do que a da China. No entanto, hoje, boa parte do aço consumido na região, direta e indiretamente, vem desse país, em condições que não são de mercado justo, substituindo empregos de qualidade e impactando o meio ambiente”, reforçou Wagner.
Os dados da Alacero e da worldsteel revelam que, em 2022, a quantidade de CO2 emitida por tonelada de aço bruto produzido em média global foi de 1,91 toneladas, enquanto a da China foi de 2,24 toneladas e a da América Latina foi de 1,55 toneladas, o que representa uma queda de 7% em relação ao ano anterior.
Fonte: Ámbito
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