América do Sul precisa criar condições para o ‘nearshore’
abr, 06, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202317
Os países da América do Sul ainda estão distantes das condições necessárias para se aproveitarem o atual movimento de reorganização da cadeias globais de valor, indicam especialistas. Se não quiserem perder essa oportunidade histórica, os governos sul-americano precisam agir rápido para tornar o ambiente de negócios em seus países mais atrativo, antes que outras regiões se consolidem como destinos dos investimentos da atual onda de “nearshore” e “friendlyshore”, alertam esses analistas.
“A pandemia, a invasão da Ucrânia e as contínuas tensões entre a China e os EUA levam países e regiões a reconsiderar alianças estratégicas e políticas comerciais, enquanto empresas reavaliam decisões de investimentos”, disse Alejandro Wagner, diretor-executivo da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero). “O processo de reshoring ou ally-shoring abre perspectiva de novos investimentos para a região, por seus recursos naturais e matérias primas chave.”
Ryan Berg, diretor do Programa Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), de Washington, aponta duas razões para a América do Sul ainda não ter despertado para atrair empresas que estão deixando a China.
“Primeiro, a ‘janela’ de nearshore e friendshore está apenas começando a se abrir. Provavelmente durará uma década ou mais, especialmente porque mover cadeias de suprimentos é um processo demorado”, afirmou. “Em segundo lugar, serão necessários mais incentivos e ações do governo para mover as cadeias de abastecimento mais para o sul”, prosseguiu.
Nem mesmo no Chile, que nas últimas décadas foi um dos principais destinos de investimento estrangeiro direto (IED) da região, há hoje condições ideais para a atração de empresas e novos capitais, segundo analistas.
México e os países da América Central – sem contar os da Ásia – aparecem como os destinos favoritos de empresas que estão saindo da China em busca de países mais próximos e “amigos” dos EUA. Beneficiado por sua situação geográfica, o México atraiu US$ 33 bilhões em IED em 2021.
O Brasil em razão do tamanho de sua economia e de seu mercado é sempre visto como uma plataforma atraente ao IED, mas carece de acordos de livre comércio com EUA e países europeus.
“Creio que as estratégias de nearshore devam acelerar novos acordos comerciais nos próximos anos, principalmente no âmbito da Aliança do Pacífico [Chile, Colômbia, Peru e México] e do Mercosul [Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai]”, disse Alejandro Romero, CEO global da consultoria LLYC.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2023/04/05/america-do-sul-precisa-criar-condicoes-para-integrar-o-nearshore.ghtml
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