Árabes prospectam negócios no Brasil e são cortejados pelo mercado
ago, 15, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202333
Antes mesmo da visita de a comitiva da Arábia Saudita ter lotado o teatro e o “foyer” da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na semana retrasada – o evento oficial do grupo que trouxe representantes de cerca de 80 empresas de diversos setores econômicos ao Brasil -, algumas transações de fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês) já davam o tom do aumento do interesse dos xeques árabes no país. Na Avenida Faria Lima, centro financeiro do país, ficou claro que os investimentos devem crescer no Brasil, com a contrapartida de que empresários brasileiros desembarquem no Oriente Médio também.
Há o potencial, segundo banqueiros de investimento, de que a que a região deixe para trás uma posição de investimentos direto pequena até pouco tempo atrás – sequer aparecia no ranking do Banco Central de 2021, de acordo com o último levantamento disponível. Agora, considerando apenas o volume de recursos sinalizados para investimentos, já são cerca de R$ 50 bilhões (US$ 10 bilhões), dos quais R$ 14 bilhões (cerca de US$ 3 bilhões) já desembolsados só na BRF e na Vale neste ano.
Dados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira mostram que entre, 2004 e 2019, os países árabes como um todo investiram cerca de US$ 14 bilhões no país. O Brasil fez investimento direto de US$ 1,7 bilhão entre 2007 e 2020 nos países da região.
Não foi à toa que o primeiro evento oficial da comitiva tenha sido na Fiesp, prédio frequentado pelo PIB tradicional da indústria, na Avenida Paulista, antigo corredor financeiro do país. Ali foram costuradas as primeiras conversas para atrair investimentos bilionários árabes. Estiveram presentes ministros e aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, Marcio França (Portos e Aeroportos), além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PP), buscando atrair os dólares da região.
O mercado financeiro não perdeu tempo. Eventos paralelos ao da Fiesp foram organizados na mesma semana pelo BTG Pactual, pela XP, e pela Sete Partners, que tem como sócio André Skaf, filho de Paulo Skaf, ex-presidente da federação das indústrias paulistas.
As operações mais recentes, encabeçadas pelos sauditas, abrem uma nova fase nos investimentos árabes. Fundos como o Mubadala – nesse caso de Abu Dhabi e acionista de empresas como Atvos, ATG e Cerc – QIA, do Catar, e Adia, de Abu Dhabi, já desembarcaram no país há mais tempo.
O interesse não é apenas encontrar ativos no Brasil, mas também atrair companhias locais dispostas a fazer negócios no Oriente Médio. Com isso, o mercado financeiro se movimenta para fazer essa ponte.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria completa, acesse: https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/08/15/arabes-prospectam-negocios-no-brasil-e-sao-cortejados-pelo-mercado.ghtml
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