Argentina poderá exportar cobre no valor de US$ 5 bi até 2030
maio, 20, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202421
As exportações argentinas de cobre poderão chegar a US$ 5 bilhões anuais em 2030, em comparação com os US$ 4 bilhões totais em remessas totais de mineração em 2023, graças a sete projetos que estarão operacionais até esse período, segundo a Secretaria de Minas.
Os projetos Josemaría, El Pachón, Mara, Taca Taca, Filo del Sol, San Jorge e Los Azules representam cerca de US$ 20,4 bilhões em investimento conjunto e poderão gerar uma produção de 1,2 milhão de toneladas por ano, segundo os dados da BNamericas.
O cobre deverá atingir uma média de US$ 4,3/lb em 2024 e US$ 4,25/lb em 2025, em meio a um déficit de mercado, de acordo com dados da agência de mineração Cochilco. Os preços subiram quase 23% desde março em meio a anúncios de redução na oferta, como o fechamento da mina Cobre Panama, a menor produção da Anglo American no Chile e a contração de um grupo de fundições na China devido à escassez de concentrados de cobre no mercado spot.
Os projetos de cobre na Argentina dependem em grande parte da estabilidade política e econômica do país, onde a “carga tributária excede a de qualquer outro produtor de cobre no mundo, como o Chile e o Peru”, disse Nadav Rajzman, economista da Câmara Argentina de Empresários da Mineração (CAEM).
JOSEMARÍA
De propriedade da canadense Lundin Mining, o projeto contempla um investimento de US$ 4 bilhões e está nos estágios finais de preparação para iniciar a construção na província de San Juan nos próximos um ou dois anos, segundo relatos locais.
A iniciativa visa uma produção de 131 mil toneladas por ano de cobre durante 19 anos, com possibilidade de prorrogação, à medida que a Lundin realiza campanhas de perfuração no território visando novas descobertas, indicou no seu relatório anual.
EL PACHÓN E MARA
A suíça Glencore estimou US$ 5,6 bilhões em investimentos para esta iniciativa que está desenvolvendo um estudo de viabilidade e impacto ambiental, ao mesmo tempo que avança com perfurações e um estudo geotécnico nos terrenos da província de San Juan.
No ano passado, a Glencore incorporou a iniciativa Mara, que também está em fase de viabilidade e tem projeção de atingir um volume médio de 200 mil toneladas/ano na primeira década, enquanto a El Pachón aposta em 350 mil toneladas. Seu investimento estimado é de US$ 2,7 bilhões.
Apesar dos riscos de financiamento anunciados pela Glencore em 2022 para promover El Pachón, hoje a iniciativa tem “apoio político na Argentina e a força corporativa para construir a mina com sucesso”, comentou Simon Catchpole, proprietário da consultoria Ámbitos Andinos, em entrevista concedida para BNamericas.
TACA TACA
A canadense First Quantum também está analisando a viabilidade deste projeto, que requer US$ 3,6 bilhões para ser desenvolvido na província de Salta.
Atualmente, estão sendo realizadas obras de engenharia como parte do seu pré-desenvolvimento, enquanto aguardam a aprovação do estudo de impacto ambiental para iniciar a construção.
Taca Taca produziria 227 mil toneladas/ano nos primeiros seis anos e, em seguida, uma média de 200.400 toneladas/ano pelo resto da vida útil de 32 anos.
FILO DEL SOL
Situada na província de San Juan e na região chilena de Atacama, a canadense Filo Corporation tem este projeto de US$ 1,8 bilhão em fase de pré-viabilidade. Produziria 66.000 toneladas/ano durante 14 anos. O seu sucesso depende das licenças concedidas em ambos os países.
SAN JORGE
A suíça Solway Investment e a russa Aterra Capital têm participação igualitária neste projeto de US$185 milhões localizado na cidade de Mendoza. A iniciativa está atualmente em fase de pré-viabilidade e aguarda aprovação ambiental para produzir 40 mil toneladas de cobre por ano em um período de 16 anos.
LOS AZULES
A mineradora canadense McEwen investirá US$ 2,46 bilhões na construção do projeto, que produzirá 192.500 toneladas nos primeiros dois anos de operação e depois uma média de 180.000 toneladas/ano durante o restante de sua vida útil de 27 anos.
Em uma apresentação recente, McEwen destacou que tanto as reservas minerais quanto os teores de Los Azules excedem Josemaría e que o seu projecto teria custos mais baixos dada a menor altitude e a proximidade da rede elétrica. Além disso, o valor de mercado de Los Azules é de US$ 800 milhões, enquanto o de Josemaría é de US$ 485 milhões.
A empresa anunciou que identificou sinais de outro grande sistema de cobre pórfiro a 3 km de Los Azules.
PRODUÇÃO ATUAL DE COBRE
Atualmente, a Argentina possui apenas uma mina de cobre em produção, a Martín Bronce, de propriedade da empresa Mom Mining, na província de Jujuy. Seu volume médio mensal é de 300 toneladas a 400 toneladas, que são enviadas ao Chile para serem processadas e posteriormente exportado para a China.
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