Argentina sofre revés com greve do setor de óleo vegetal: fluxo de caminhões nos portos cai 85%
ago, 08, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202432
O impacto da greve organizada pelos trabalhadores do setor de óleo vegetal já se faz sentir no agronegócio argentino, afetando um setor-chave responsável pela geração de divisas. Hoje, apenas 396 caminhões ingressaram nas terminais portuários da Grande Rosário, uma queda de 85% em comparação com a média da semana passada, que era de 2.600 veículos.
A greve, liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Óleo Vegetal de San Lorenzo (SOEA) e pela Federação dos Trabalhadores do setor, já dura 72 horas, e até agora ambas as partes permanecem firmes no protesto. Os sindicatos exigem um aumento de 25%, uma demanda que as empresas se recusam a aceitar. O conflito gira em torno do imposto de renda, que foi o principal fator para a paralisação. Como os salários dos trabalhadores do setor serão reduzidos devido a esse tributo, eles estão exigindo uma compensação por parte das empresas.
Diante desse cenário, o presidente da Câmara da Indústria de Óleo Vegetal da República Argentina (Ciara), Gustavo Idígoras, afirmou que o conflito não é com as empresas do setor, mas sim com o governo, devido ao imposto de renda. A entidade confirmou que os dias não trabalhados serão descontados e os funcionários perderão o bônus de assiduidade. Por outro lado, os sindicatos alertaram que os agroexportadores estão utilizando o conflito para provocar uma desvalorização da moeda.
“É incompreensível que rejeitem um aumento superior à inflação esperada e cortem todo o diálogo. Milhares de transportadores perderam dias de trabalho e o país perde credibilidade como fornecedor de alimentos diante dessas medidas sem sentido. A proposta da indústria antecipa a inflação e coloca os salários dos trabalhadores do setor acima da maioria das atividades econômicas do país. A continuidade da greve está nas mãos dos sindicatos. A indústria já fez tudo que podia”, declarou Ciara.
Por outro lado, o Sindicato dos Trabalhadores de Óleo Vegetal de San Lorenzo (SOEA) e a Federação dos Trabalhadores do Complexo Industrial Oleaginoso, Desmotadores e Afins (Ftciodyara) afirmaram que as empresas demonstram “falta de vontade para a negociação”. Em uma assembleia com mais de 250 delegados em nível nacional, foi decidido continuar com a paralisação por mais 24 horas a partir do primeiro turno desta quinta-feira.
Resposta
“Estamos em cada portão de todas as empresas, os telefones estão disponíveis e temos a sede sindical a poucas quadras das empresas. Não vemos impedimentos para retomar o diálogo. O que percebemos é que não há vontade de chegar a um acordo”, disse Martín Morales, secretário sindical do SOEA.
As empresas afirmaram que “a indústria já fez um grande esforço ao pagar um aumento de 77%, enquanto a inflação chegou a 79%, e já ofereceu um aumento de 12% em setembro, totalizando um reajuste salarial de 94% até setembro, superando claramente a inflação.”
Por esse motivo, segundo as agroexportadoras, não há “razões objetivas para que a proposta salarial não seja aceita e possamos continuar trabalhando, a fim de evitar mais danos à indústria.”
Fonte: La Nación
Clique aqui para acessar a matéria original: https://www.lanacion.com.ar/economia/campo/colapso-la-agroexportacion-por-el-paro-aceitero-cayo-un-85-el-ingreso-de-camiones-en-los-puertos-nid08082024/
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