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Argentina surpreende e reduz pressão sobre o dólar oficial em outubro
nov, 28, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202445
Contrariando as expectativas de aumento na pressão sobre o dólar devido ao acúmulo de pagamentos de importações em outubro, o cenário foi mais favorável. A previsão inicial era de que o país liquidasse o equivalente a 125% das importações acumuladas no mês, mas o índice ficou em apenas 84%.
Os dados, apresentados pela corretora Cohen Argentina nesta quarta-feira a investidores privados, mostram que a menor pressão sobre os dólares oficiais foi resultado, em grande parte, dos dólares provenientes do programa de regularização cambial (blanqueo), que permitiu às empresas acesso a novos empréstimos.
Essa dinâmica explica parte do superávit comercial de dólares da Argentina. No início do ano, acreditava-se que, no segundo semestre, o Banco Central teria dificuldades para comprar divisas no mercado.
Milagros Gismondi, economista da Cohen Argentina, destacou: “Em outubro, esperávamos que os pagamentos de importações subissem para 125% devido ao cronograma que incluía as importações acumuladas e parcelas pendentes. No entanto, o índice caiu para 84%, indicando que o crédito aos importadores foi retomado”.
Desde fevereiro, o governo implementou um cronograma de pagamentos escalonados para importadores, inicialmente dividido em quatro parcelas mensais. Em setembro, o cronograma foi reduzido para duas parcelas de 50% e, posteriormente, para uma única parcela com prazo de 30 dias. Em outubro, quando vencimentos dos cronogramas antigos e novos se sobrepuseram, o mês prometia ser o mais desafiador. Porém, em vez de recorrer ao mercado oficial, as empresas buscaram dólares emprestados junto aos bancos, que hoje contam com cerca de US$ 14 bilhões provenientes do blanqueo.
Recessão, saldo energético e superávit
Além do programa de regularização cambial, outros fatores contribuíram para o superávit acumulado de cerca de US$ 22 bilhões em 2024. A recessão econômica reduziu as importações, enquanto o balanço energético surpreendeu com um incremento de US$ 5 bilhões devido à menor necessidade de importação de energia da Bolívia.
Segundo Gismondi, cerca de US$ 10 bilhões desse superávit vieram do setor agropecuário. Entretanto, a economista alertou que uma parte significativa dos dólares gerados por Vaca Muerta está sendo drenada pelo aumento dos gastos com turismo.
“A valorização cambial intensifica a pressão no balanço de serviços, especialmente com o turismo”, explicou Gismondi. Em um ano típico, a Argentina pode registrar um déficit de até US$ 10 bilhões em turismo.
Em outubro, dos US$ 900 milhões de superávit registrados, US$ 600 milhões vieram da energia, enquanto os gastos com turismo somaram US$ 500 milhões. “Embora novos setores estejam contribuindo para o superávit, também surgem novos custos. Tudo isso é resultado da valorização cambial”, concluiu a economista, que prevê um câmbio ainda mais valorizado em 2025.
Photo by Diego Torres Silvestre available at Flickr
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