Argentina suspende exportação de carne bovina por 30 dias
maio, 18, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202122
A Argentina suspendeu hoje as exportações de carne bovina por um mês. A medida afeta frigoríficos brasileiros como Minerva Foods e Marfrig, que estão entre os maiores exportadores do país. A Minerva lidera o abate na Argentina.
A decisão foi comunicada nesta segunda-feira, 17 de maio, pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, em reunião com representantes dos frigoríficos. “Chamou para conversar, mas chegou com a medida já decidida”, disse um executivo.
O jornal argentino “La Nación” foi o primeiro a reportar a suspensão. Ao Valor, uma fonte afirmou que o presidente argentino adotou a medida com o intuito de reduzir os preços da carne bovina no mercado doméstico. A Argentina sofre com inflação elevada.
A postura do governo Fernandez provocou irritação, mas não deixa de ser um déjàvu para os frigoríficos e os pecuaristas, que sofreram com severas restrições durante o governo de Cristina Kirchner, a atual vice-presidente.
No gráfico abaixo, feito com dados da Datamar, é possível acompanhar um histórico das exportações argentinas de carne bovina a partir de 2018, com destaque para a Minerva e para a Marfrig.
Fonte do gráfico: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Ao limitar os embarques, o governo Kirchner desestimulou a pecuária e, com isso, reduziu o rebanho argentino em 10 milhões de cabeças, o que diminui o peso do país no comércio internacional de carne bovina. “Eles acham que uma bobagem aplicada duas vezes terá resultado diferente”, disparou uma fonte.
A decisão abrupta da Casa Rosada também ameaça colocar a credibilidade da carneargentina novamente em risco. “É um desincentivo ao investimento estrangeiro.Depois se queixam de desemprego e carestia”, criticou a fonte.
Para os frigoríficos brasileiros que atuam na Argentina, os impactos são de ordemde grandeza diferente. Da receita total da Marfrig, que obtém mais de 80% dageração de caixa nos EUA, os argentinos representam apenas 1,3%.
Fonte da matéria: Valor Econômico
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