Argentina traz missão empresarial para exportar mais ao Centro-Oeste
ago, 30, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202235
À caça de divisas, em um momento de inflação anual acima de 70% e dúvidas sobre os rumos de sua economia, a Argentina trará 36 empresas dos setores de alimentos e bebidas ao Brasil em missão empresarial, com o objetivo de dar impulso às suas exportações de manufaturados.
A missão empresarial, formada por companhias de nove províncias argentinas, ocorre nesta quinta-feira e tem como foco a região Centro-Oeste. Uma rodada de negócios na embaixada do país em Brasília deverá reunir até 250 representantes de redes de supermercados, atacadistas e varejistas de Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Amazonas.
Veja abaixo a participação de cada um dos 10 produtos mais exportados em contêineres da Argentina para o Brasil de janeiro a julho de 2022. Os dados são do DataLiner.
10 maiores exportações argentinas para o Brasil | janeiro – julho | 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
“Os mercados do Sul e do Sudeste do Brasil já compram muitos produtos argentinos, mas estamos buscando novos alvos”, afirma Rodrigo Bardoneschi, chefe da seção econômica e comercial da embaixada. De acordo com ele, o foco da missão são pequenos e médios produtores.
Vinhos, azeites, azeitonas, queijos, laticínios, massas, vinagres, legumes, morangos, mirtilos, camarões, gin e até bebidas em cápsula estão na lista de produtos oferecidos. “A ideia é criar uma conexão, colocar potenciais vendedores e compradores em contato, depois promover rodadas individuais”, diz Bardoneschi.
No evento, haverá o relançamento da Câmara de Comércio Brasília-Argentina, que se soma a uma rede de outras 13 câmaras bilaterais espalhadas pelo país. A seção do Distrito Federal será presidida, por dois anos, pelo empresário local Álvaro Siqueira Júnior.
Siqueira avalia que produtos argentinos, de forma geral, têm no mercado brasileiro reputação de ótima qualidade, mas podem sair bem mais em conta que seus concorrentes europeus, como vinhos e queijos, graças à diferença cambial. O peso está enfraquecido. Desde janeiro de 2020, o valor do dólar subiu quase 80% no país.
“Às vezes o consumidor realmente quer provar um vinho ou um queijo diferente, de qualidade, mas se assusta com o preço. O produto argentino propicia essa experiência, mas por um custo muito menor que um similar francês, italiano ou espanhol.”
Silveira afirma ainda que a recriação da câmara de comércio ajudará na assessoria legal e técnica, como despachantes aduaneiros, para pequenas e médias empresas que queiram fazer negócios e tenham pouca experiência.
Entre as empresas que compõem a missão estão La Sereníssima (laticínios), Pampa Cheese (queijos), Bodega Weinert (vinhos e espumantes), Hojalmar (produtos de padaria), Flora Foods (mel, pré-misturas, trigo sarraceno, suplementos dietéticos).
Com exceção de trigo e centeio, nenhum alimento ou bebida faz parte dos cinco principais itens de exportação da Argentina para o Brasil. As vendas totais do país vizinho para cá somaram US$ 7,2 bilhões entre janeiro e julho de 2022, aumento de 17% sobre o valor de igual período do ano passado.
Bardoneschi, da embaixada argentina, diz ainda que o governo Alberto Fernández tem a intenção de estimular o comércio bilateral em moedas locais (sem uso do dólar), o que pode diminuir custos de transação e operações bancárias. Siqueira, no entanto, avalia que o momento atual não deve facilitar essa iniciativa – por causa da fraqueza do peso e do real – e vê poucas chances de prescindir do dólar.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/08/30/argentina-traz-missao-empresarial-para-exportar-mais-ao-centro-oeste.ghtml
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