As emissões marítimas de gases-estufa saltaram 4,9% no ano passado
jan, 27, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202204
A difícil tarefa de descarbonizar o transporte global foi trazida novamente à tona após os dados divulgados esta semana pela corretora britânica Simpson Spence Young (SSY), mostrando que as emissões de CO2 do setor marítimo em 2021 aumentaram 4,9% em relação a 2020, não apenas se recuperando das baixas ocasionadas pela Covid, mas também superando níveis de 2019.
Explicando o aumento, os analistas da SSY apontaram ao mercado que: “O principal fator foi a recuperação da economia mundial em 2021, onde a demanda por bens duráveis permaneceu firme enquanto a demanda por serviços aumentou. Além disso, há uma tendência entre as operadoras de navios em adotar rotas mais longas por tonelada transportada; velocidades mais altas em alguns segmentos; além do aumento do congestionamento portuário”.
Dentre os setores que demonstraram maior crescimento em sua taxa de emissões destaca-se o setor de gás liquefeito pela capacidade adicionada, forte demanda e realização de viagens mais longas por tonelada transportada. As emissões vindas do transporte de contêineres e de granéis também continuaram a crescer devido a demanda constante, mas também devido ao que a SSY descreveu como uma “potente combinação de velocidades de navegação mais rápidas, rotas de comércio mais longas e congestionamentos portuários”.
“O aumento nas emissões de transporte marítimo de 2021 representa uma verdade inconveniente para a IMO, particularmente após os compromissos de ‘manter 1,5 vivo’ emergentes da COP26”, observou SSY. “Como a Comissão da UE observou durante o lançamento de seu pacote #FitFor55, embora as ações da IMO sejam bem-vindas, as ‘medidas são insuficientes para descarbonizar o transporte internacional de acordo com os objetivos climáticos internacionais’.
“O aumento nas emissões de transporte marítimo vistas em 2021 representa uma verdade inconveniente para a OMI, particularmente após o compromisso de manterem vivos os objetivos estipulados pela COP26”, observou SSY. “Como a Comissão Europeia observou durante o lançamento de seu pacote #FitFor55, embora as ações da OMI sejam bem-vindas, as ‘medidas são insuficientes para descarbonizar o transporte internacional de acordo com os objetivos climáticos internacionais’.
A SSY argumenta que a estratégia de médio prazo da OMI para reduzir das emissões-carbono do transporte global não reduzirá significativamente as emissões de CO2. A SSY estima que aproximadamente 75% das frotas de navios-tanque e graneleiros não cumprirão os requisitos determinados pelo EEXI 2023 sem a aplicação de medidas corretivas.
O Dr. Tristan Smith, do UCL Energy Institute, um dos acadêmicos mais conhecidos do mundo que estudam a relação entre gases de efeito estufa (GEEs) e transporte de cargos, argumentou que a chave para mitigar as emissões durante as oscilações do mercado é a logística e o gerenciamento de operações.
“Os últimos 12 meses mostraram como muitos sistemas são inflexíveis e como as cadeias de suprimentos carecem de resiliência, sendo incapazes de lidar até mesmo com pequenas perturbações”, disse Smith, acrescentando: “Se alguma vez houve tempo para modernização, digitalização e obter acesso a dados de alta qualidade, transparentes e funcionais em toda a cadeia de suprimentos, com certeza é agora. A interligação com GEE é clara.”
Fonte: Splash247
Para ler o artigo original completo acesse:
https://splash247.com/shipping-emissions-leapt-4-9-last-year/
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