Ataques a navios no Mar Vermelho fazem com que tráfico no Cabo da Boa Esperança aumente 47%

As remessas globais de petróleo bruto e produtos petrolíferos através da rota mais extensa entre o Oriente Médio, Ásia e o Ocidente aumentaram 47% desde o início dos ataques a navios no Mar Vermelho, conforme relatado pela Administração de Informação de Energia na terça-feira (12 de junho).

Essa rota alternativa, que contorna o Cabo da Boa Esperança para evitar os ataques perpetrados pelos Houthis do Iémen, tem gerado um aumento nos custos de transporte. Historicamente, cerca de 12% do tráfego marítimo mundial utilizou o Mar Vermelho e o Canal de Suez, no Egito.

Segundo dados fornecidos pela Vortexa, aproximadamente 8,7 milhões de barris por dia (bpd) foram transportados através da rota ao sul da África nos primeiros cinco meses de 2024, em comparação com uma média de 5,9 milhões de bpd em 2023. Esse aumento é impulsionado principalmente pelo transporte de produtos petrolíferos.

Tanto a Arábia Saudita quanto o Iraque têm redirecionado seus envios de petróleo bruto para a Europa através do Cabo, em vez de utilizar o Mar Vermelho e o Canal de Suez, contribuindo com 15% do aumento total.

Ademais, as refinarias da Ásia e do Oriente Médio têm ampliado suas exportações de produtos refinados para a Europa, desviando as cargas em torno do Cabo da Boa Esperança, o que representa 29% do aumento no comércio.

Os Estados Unidos têm observado um aumento no recebimento de petróleo bruto e produtos refinados do Oriente Médio e da Ásia, enquanto simultaneamente enviam mais produtos para a Ásia através da rota alternativa. A EIA destacou que o comércio total dos EUA em torno do cabo aumentou cerca de um terço, ou pouco mais de 600.000 bpd.

Os ataques a navios russos têm sido uma ocorrência frequente, com os Houthis justificando tais ações como atos de solidariedade com os palestinos durante o conflito em Gaza.

A Rússia aumentou significativamente seus envios de petróleo bruto e produtos refinados, incluindo volumes do Caspian Pipeline Consortium, para a Ásia através do Cabo da Boa Esperança nos primeiros cinco meses de 2024 em comparação com 2023, registrando quase quatro vezes mais remessas.

Fonte: Reuters

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