Audiência debate projeto de ponte entre as margens do Porto de Santos
jul, 16, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana201930
O projeto de ponte que ligará as duas margens do Porto de Santos e seus impactos ambientais está sendo discutido pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) em audiência pública.
Atualmente, a proposta é analisada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente para a obtenção da licença ambiental. A expectativa é que, se aprovado, o aval seja expedido em fevereiro do ano que vem.
Aguardado há mais de 90 anos, o projeto vem dividindo opiniões. De um lado, a favor da ponte, estão o Governo Paulista e a Ecovias. De outro, operadores de terminais do Porto de Santos.
A Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, manifestou interesse em realizar o projeto em troca da prorrogação do seu contrato de concessão que, a princípio, vence em 2026. A construção da ponte está orçada em R$ 2,9 bilhões.
A ponte
Na proposta apresentada pela Ecovias, a ponte terá cerca de 7,5 quilômetros de extensão, com início na entrada de Santos, no km 64 da Via Anchieta, e término próximo ao acesso à Ilha Barnabé, na Área Continental de Santos, a cerca de 500 metros da praça de pedágio de Guarujá, no km 250 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
O vão principal da ponte terá altura de 85 metros e 325 metros de largura entre os pilares. As medidas são exigências pelo Governo do Estado para tornar viável as atividades no Aeroporto Metropolitano da Baixada Santista (na Base Aérea de Santos) e para não impactar nas operações portuárias.
Porém, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) já se posicionou contra o empreendimento. E tem sido acompanhada por entidades representantes de empresas do setor, que pedem mais informações sobre a ponte.
A Autoridade Portuária afirma que a estrutura poderá inviabilizar a expansão do Porto. A estatal aponta ainda que o projeto interfere na bacia de evolução na região e defende a construção de um túnel ligando as duas margens do complexo.
Como alternativa, a Docas aponta a possibilidade de construção de um túnel submerso capaz de interligar as duas margens do cais santista. A ideia é que o empreendimento, que já conta com licenciamento ambiental aprovado, seja construído entre o Cais de Outeirinhos e Vicente de Carvalho, a cerca de 21 metros de profundidade.
Um túnel já foi cogitado há alguns anos por autoridades estaduais e federais. Porém, o alto custo e a falta de recursos fizeram o projeto ser deixado de lado.
Enquanto a ponte está orçada em R$ 2,9 bilhões, o túnel deve custar em torno de R$ 3,2 bilhões. O primeiro empreendimento deve ser construído em 36 meses. Já o submerso necessita de 40 meses de obras.
Fontes: A Tribuna e Valor
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