Banco do BRICS votará adesão da Argentina
jun, 02, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202322
A diretoria do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), liderado pelos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), realizará uma votação para a incorporação da Argentina ao grupo em agosto, segundo a presidente da entidade, Dilma Rousseff, durante uma reunião com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, em Xangai.
O NDB é um banco multilateral de desenvolvimento estabelecido pelos estados do BRICS com o objetivo de apoiar projetos públicos ou privados por meio de empréstimos, garantias, participações acionárias e outros instrumentos financeiros.
Durante uma visita de uma semana à China, a delegação argentina busca fortalecer as reservas monetárias do país, e o apoio financeiro do banco dos BRICS é um dos objetivos dessa missão, conforme informou um porta-voz do Ministério da Economia ao Herald.
A Argentina enfrenta uma crise de escassez de reservas e necessita urgentemente de ajuda financeira. A redução das exportações agrícolas causada por uma seca histórica deve resultar em uma queda entre US$ 18,5 bilhões e US$ 20 bilhões neste ano, de acordo com diferentes estimativas.
Nesse contexto, o governo argentino também está buscando assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI) para reduzir ainda mais a meta de reservas internacionais do país e acelerar a transferência de desembolsos.
Próximos passos
Durante a reunião entre Dilma Rousseff e Sergio Massa, ocorrida às 9h na sede do NDB, Dilma compartilhou a notícia de que a Argentina será incluída no NDB. Massa estava acompanhado pelo chefe do Banco Central, Miguel Ángel Pesce, e pelo deputado nacional Máximo Kirchner.
A reunião estava prestes a começar com uma apresentação de Massa sobre a intenção da Argentina de obter apoio financeiro indireto dos BRICS, mas Dilma interrompeu-o amigavelmente para compartilhar as boas notícias.
Segundo Dilma, a inclusão da Argentina no NDB é a forma mais rápida de obter financiamento para o país, informou a Télam. Ela também destacou que o Brasil apresentará e defenderá expressamente a incorporação da Argentina ao banco.
A inclusão da Argentina será discutida pelos “governadores” da instituição financeira, que incluem ministros e banqueiros centrais de todos os países do BRICS. A votação está programada para ocorrer na primeira semana de agosto, na África do Sul.
Para ingressar no NDB, a Argentina deverá fazer um aporte de capital de US$ 250 milhões em títulos soberanos mantidos pelo Tesouro. Fontes do Ministério da Economia informaram à Télam que parte desses recursos virá do Fundo de Garantia e Sustentabilidade, um fundo soberano de investimento que financia parcialmente a ANSES, órgão responsável pelos benefícios sociais na Argentina, incluindo aposentadorias.
A contribuição da Argentina seria de 25% do total de US$ 1 bilhão que o NDB receberá em um período de dois meses, já que o conselho também votará pela incorporação de outros três países: Arábia Saudita, Egito e Zimbábue.
Ontem, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que seria difícil para o Brasil garantir apoio financeiro à Argentina por meio do banco dos BRICS por causa de regulamentações que limitam a organização de apoiar países que não são membros.
Nos últimos anos, os membros do BRICS apoiaram a entrada da Argentina na aliança, incluindo o apoio explícito do governo chinês.
Fonte: Buenos Aires Herald
Para ler a matéria original, acesse: https://buenosairesherald.com/world/international-relations/brics-bank-to-vote-on-argentinas-membership
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