Batalha da COSCO para abrir megaporto peruano pode ir para arbitragem internacional
maio, 02, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202417
O maior porto em construção na América do Sul está prestes a ficar pronto, transformando uma antiga vila de pescadores a 70 km ao norte da capital peruana em algo comparável a Xangai. Essa é a visão do embaixador chinês em Lima. No entanto, a edificação do porto de Chancay, marcada para ser inaugurada pelo presidente Xi Jinping em novembro, tem sido alvo de controvérsias.
Desde deslizamentos de terra que retardaram o desenvolvimento até a alegada interferência de Washington, a concepção desse megaempreendimento pela estatal COSCO Shipping tem sido fonte de diversas manchetes, a mais recente delas tratando-se de direitos de exclusividade.
Em março, a autoridade portuária peruana reconheceu um “erro administrativo” que concedeu exclusividade à COSCO para operar em Chancay e solicitou a um juiz que anulasse a decisão.
Há duas semanas, a COSCO enviou uma carta ao Ministério da Economia do Peru, iniciando um processo de negociação de seis meses para buscar uma solução amigável, evitando assim recorrer à arbitragem internacional.
Da soma total de custos de construção, estimada em 3,6 bilhões de dólares, a COSCO já investiu 1,3 bilhão de dólares na fase inicial do projeto.
Em 2019, a COSCO adquiriu 60% das ações da Terminales Portuarios Chancay (TPCH) da Volcan Compañía Minera, subsidiária da empresa suíça Glencore, tornando-se assim parte integrante do desenvolvimento do porto de Chancay.
Com as escalas diretas para Chancay, espera-se que cargas façam o trajeto entre Peru e Ásia em apenas 10 dias, em contraste com os atuais 45 dias. Além disso, prevê-se que o Brasil também se beneficie desse porto, proporcionando um acesso mais rápido aos mercados asiáticos para suas exportações. O Brasil e o Peru estão conectados pela Rodovia Interoceânica Sul, que atravessa os polos agrícolas brasileiros no Acre e Rondônia.
No ano passado, o Ministério Público peruano lançou uma investigação após um deslizamento de terra em um dos locais de construção de um túnel da COSCO.
Diplomatas dos EUA têm pressionado o governo peruano há meses para restringir os investimentos chineses na infraestrutura do país.
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