Belarus faz primeiro envio de fertilizantes ao Brasil após sete meses
set, 16, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202237
Um navio com cerca de 28 mil toneladas de potássio belarusso chegou ao porto de Paranaguá (PR) em 8 de setembro e espera na fila para desembarcar. Embora a quantidade de produto seja baixa se comparada com o volume que os brasileiros costumam importar de Belarus – são cerca de 3 milhões de toneladas anuais -, trata-se da primeira carga que saiu do país europeu rumo à costa brasileira desde fevereiro, quando as sanções europeias e americanas travaram negociações e interromperam o fluxo logístico das estatais fornecedoras Belaruskali e Belarusian Potash Company (BPC). As informações são de Andrey Chushev, representante da BPC no Brasil.
Segundo ele, o potássio saiu do porto de Novorossyisk, no mar Negro, ao sul da Rússia. O país tem sido escapatória para os belarussos exportarem adubo. Nesta semana, por exemplo, o governo de Murmansk, também na Rússia, anunciou a assinatura de um acordo de cooperação com Belarus que prevê a construção de um terminal com capacidade para armazenar entre 5 e 7 milhões de toneladas de potássio na margem ocidental da baía de Kola, que fica naquela região, ao norte do território russo.
Se tudo caminhar bem, o projeto, decidido após encontro entre Andrei Chibis, governador de Murmansk, e o presidente belarusso, Aleksandr Lukashenko, contribuirá para que Belarus dê mais um passo para reconstruir o seu plano logístico de exportação de adubos para o mundo. No primeiro trimestre deste ano, o país perdeu o acesso à única saída que tinha para enviar potássio ao mercado global.
Na ocasião, a estatal Lithuanian Railways deixou de transportar o produto belarusso por ferrovias até o porto lituano de Klaipeda. A Lituânia, que integra a União Europeia, anunciou a mudança para cumprir as sanções que os países da UE impuseram a Belarus em 2021. Além de portos, o produto também tem sido embarcado por meio de ferrovias russas para a China.
Crescimento mês a mês
Com a recomposição das rotas de saída, os volumes das exportações de Belarus têm crescido mês a mês. Em maio, o país enviou 95 mil toneladas de potássio ao mercado externo, e, em julho, o volume chegou a 250 mil toneladas, de acordo com a consultoria StoneX. “Sabemos que o produto está indo principalmente para China e Índia”, disse Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da empresa.
Em sua visão, se o ritmo seguir assim, o país poderá voltar ao mercado mundial até o fim de 2023. “Se não for exportando as 12 milhões de toneladas de capacidade que eles têm, [a retomada será] no mínimo, com exportações de volumes entre 8 e 10 milhões de toneladas”.
Além da logística, as sanções também dificultaram os pagamentos dos clientes à BPC. O país anunciou uma saída para driblar o efeito das restrições em abril, quando Aleksandr Lukashenko, o presidente belarusso, retirou a exclusividade de vendas da BPC e distribuiu licenças para outras companhias venderem o potássio do país.
No entanto, Andrey Chushev, da BPC, diz que, até o momento, apenas a empresa segue exportando. Ele diz que a companhia tem dialogado com o governo americano para tentar resolver o problema de recebimentos. Por ora, afirma, a ausência da empresa no mercado global não tem causado impacto, já que a demanda está baixa. No Brasil, por exemplo, há estoque porque os produtores reduziram compras.
Entre janeiro e agosto, os brasileiros importaram cerca de 9 milhões de toneladas do adubo – 10% veio de Belarus.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/09/16/belarus-faz-primeiro-envio-de-fertilizantes-ao-brasil-apos-sete-meses.ghtml
-
Logística Outros
out, 25, 2023
0
Nova Ferroeste e Moegão ampliarão fluxo de mercadorias do MS a Paranaguá
-
Portos e Terminais
jan, 24, 2023
0
Suape ganha mais segurança e agilidade nas operações com sistema desenvolvido pelo CESAR
-
Café
mar, 10, 2020
0
IBGE estima safra de café do Brasil 14,2% maior que em 2019
-
Portos e Terminais
jan, 17, 2024
0
Porto de Santos descarta implementar o STS10