Brasil almeja voltar ao topo no ranking global de alumínio
jul, 17, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202329
O setor de alumínio no Brasil tem expectativa de voltar a topo dos maiores produtores mundiais do metal neste ano, saindo do 12º lugar e passando à 9ª posição no ranking global. Isso se deve, primordialmente, à retomada das operações do consórcio Alumar, que fica no Maranhão e que estavam paralisadas em 2015.
Com isso, o Brasil superaria Estados Unidos, Malásia e Arábia Saudita. Futuramente, poderá até tomar o 8º posto, que é da Noruega, país que faz 1,4 milhão de toneladas de alumínio primário ao ano. O líder global, disparado, é a China, com 40 milhões de toneladas do metal em 2022, conforme relatório anual da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) que acaba de ser publicado.
No ano passado, as empresas de metal primário no país fizeram 811 mil toneladas, o que representou crescimento de 5,1% sobre o ano anterior, refletindo a retomada de produção da Alumar. Esse desempenho inseriu de novo o Brasil na condição de autossuficiência do produto para abastecer o segmento de produtos transformados de alumínio.
Veja abaixo o recorde brasileiro de exportações de alumínio e suas obras (código SH 76) embarcadas em contêineres entre janeiro de 2019 e maio de 2023, segundo o serviço de inteligência marítima DataLiner.
Exportações de alumínio e suas obras | jan 2019 – maio 2023 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Operado pela americana Alcoa e pela australiana South32, o consórcio Alumar – localizado em São Luís, (MA) – deverá se aproximar (ou atingir) da capacidade plena de 447 mil toneladas ao ano em 2023. No primeiro ano da volta (2022), com reativação gradual dos fornos, fez 59,6 mil toneladas – 35,7 mil da Alcoa (que é dona de 60% da unidade) e 23,9 mil da companhia australiana.
“O Brasil apresenta a vantagem de ter uma indústria integrada, desde a bauxita (minério de alumínio) até o produto transformado mais a contribuição de 59% de metal reciclado no suprimento de matéria-prima às transformadoras”, afirma Janaína Donas, presidente-executiva da Abal.
A associação considera que a indústria brasileira do alumínio terminou 2022, apesar da queda de consumo de produtos do metal em 3,6%, de forma positiva. Donas elenca a rota de recuperação da autossuficiência em metal primário, o aumento da participação da reciclagem no suprimento (para 59,3%), e o primeiro processo de medida compensatória acatado pelo governo contra importação de produtos chineses com subsídios. Entrou em vigor no início deste mês.
A aposta de grupos investidores no setor, do país e estrangeiros, está mantida, ressalta a executiva da Abal. Estão previstos e programados, em diversos segmentos – inclusive na mineração de bauxita -, investimentos totais de R$ 30 bilhões até 2025.
Conforme o anuário da Abal, o setor encerrou o ano passado com faturamento de R$ 140 bilhões, alta de 14% comparado a 2021. O investimento bruto da indústria subiu 58%, somando R$ 1,9 bilhão. O consumo total de produtos transformados alcançou 1,53 milhão de toneladas, com consumo médio de 7,5 quilos per capita no ano.
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