Brasil não renovará acordo bilateral de transporte marítimo com a Argentina
fev, 08, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202105
A Embaixada do Brasil em Buenos Aires informou à Subsecretaria do Ministério de Relações Exteriores do Mercosul que o país rescindirá o Acordo de Transporte Marítimo entre as duas repúblicas a partir de 9 de fevereiro de 2022. A notificação da decisão está dentro do prazo previsto no instrumento.
O tratado é de 1985 e deu continuidade aos acordos da Conferência Marítima de Armadores Argentinos e Brasileiros de 1959. No último dia 05 de fevereiro, o subsecretário de Portos, Hidrovias e Marinha Mercante da Argentina, Leonardo Cabrera, convocou as autoridades da Câmara Argentina de Navegação e demais órgãos para informá-los do caráter definitivo e irrecorrível adotado em Brasília para que procedam à adoção das medidas empresariais que julgarem convenientes.
Segundo a Infobae, o veículo consultou uma das principais figuras do setor naval nacional, que afirmou: “A Argentina não deu muita atenção à questão do Acordo Marítimo do Mercosul, atrasando a negociação por décadas e mediando a gestão de vários governos de diferentes partidos políticos . “A posição do Uruguai em salvaguardar os interesses do Porto de Montevidéu contribuiu para a preguiça da Argentina em promover um acordo regional que fosse além de um acordo binacional”, acrescentou. Agora, infelizmente, a Marinha Mercante Argentina está reduzida a uma expressão mínima, talvez a pior de toda a sua história e que a condena exclusivamente ao frete nacional entre portos nacionais e não arriscaria dizer que assim será por muito mais tempo ”.
Outras fontes do setor indicaram que no momento em que o país se prepara para iniciar um processo licitatório para a concessão da dragagem da Hidrovia, a perda do mercado de frete com o Brasil sem dúvida vai gerar desânimo no setor empresarial.
Do lado argentino as principais empresas afetadas seriam a Arpez, Agunsa, Fluvialmar, Horamar, Maruba, Naviera Sur Petrolera, Oceanmarine e Petrotank. Estas empresas transportam cargas no âmbito do acordo, desde produtos da pesca até combustíveis, incluindo carga geral seca, líquida e refrigerada de diferentes origens.
O intercâmbio anual no comércio marítimo bilateral gira em torno de US$ 20 bilhões, com resultados que oscilam em torno US$ 700 milhões no sentido importação ou exportação. O valor dos serviços relativos ao frete marítimo ronda os US$ 1 bilhão, aos quais se juntam os valores correspondentes a serviços como abastecimentos, combustível, reparo naval e agenciamento.
O gráfico abaixo mostra a movimentação de contêineres entre o Brasil e Argentina a partir de 2017:
Fonte do gráfico: DataLiner (Para solicitar um demo do DataLiner clique aqui)
Fonte da reportagem: Infobae
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