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Brasil busca abertura de mercados na África para a carne de frango

set, 13, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202338

Após a conquista do mercado de Israel para a carne de frango brasileira, a África, com seus quase 1,4 bilhão de habitantes, deve ser um dos focos da diplomacia comercial do setor, em trabalho conjunto da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Garantir uma maior presença do Brasil nos mercados africanos é um dos objetivos da recente renovação do convênio de promoção setorial da avicultura e da suinocultura entre ABPA e ApexBrasil. A expectativa das duas entidades é de mais de US$ 4 bilhões (algo próximo de R$ 20 bilhões) em projeções de negócios diretamente impactados ao longo de dois anos.

Entre os países apontados como alvo para exportações, Nigéria e Senegal, que ainda são fechados para a carne de frango brasileira, são considerados prioridades para a diplomacia comercial.

“O Brasil se ausentou da África nos últimos anos, mas estamos voltando com força agora”, afirma Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.

Nigéria

A Nigéria é o maior mercado dentro do continente africano que ainda está fechado ao frango brasileiro. Com uma população de mais de 213 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 450 bilhões em 2022, o país desponta como a maior economia africana e, à frente inclusive da África do Sul, ocupa o ranking de 31ª maior economia do mundo.

Segundo a ABPA, a população nigeriana consome em média cerca de 2,5 kg/hab/ano de carne de frango. Já a produção de carne de frango no país é de cerca de 454 mil toneladas por ano.

“A Nigéria é o país mais populoso da África e caminha para ser um dos maiores países do planeta em população absoluta, com um grande mercado consumidor demandante por proteínas”, explica Ricardo Santin, presidente da ABPA. Segundo o dirigente, o baixo consumo per capita de carne de frango na Nigéria é um indicador de uma demanda reprimida que deve crescer à medida que a renda per capita da população aumentar.

Ao mesmo tempo, a Nigéria abriga uma das maiores populações muçulmanas do planeta, com grande potencial de mercado para produtos halal (produzidos de acordo com os preceitos da religião islâmica.

Senegal

Já o Senegal, com uma população de quase 17 milhões de habitantes, enfrenta diversos casos de Influenza Aviária, e possui um baixo consumo de apenas 5 kg/hab/ano. A produção de carne de frango senegalesa é de cerca de 130 mil toneladas ano, de acordo com a ABPA.

Para Santin, o Senegal é um mercado emergente que, assim como a Nigéria, tem potencial de crescimento no consumo per capita. “Os senegaleses já são parceiros da avicultura brasileira em genética avícola, e enxergamos que há potencial, também, para fortalecer os negócios em produtos acabados do setor”, avalia.

Exportações totais de carne de frango para África | 2019 – 2023 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Outros mercados

No entanto, mais do que conquistar novos mercados, uma grande preocupação da ABPA e da ApexBrasil é garantir as vendas para países que já estão abertos para o produto nacional, mas não estão realizando negócios.

“O Brasil já está em 160 mercados no mundo, são poucos que ainda faltam. Mas temos mercados abertos, como Índia, Bangladesh e Paquistão, que ainda não estamos vendendo por questões tarifárias. Para a Índia, por exemplo, podemos vender para lá, mas a tarifa sobre nosso produto é de 100%”, comenta Santin.

Gripe aviária

Os exportadores de frangos também estão otimistas com os compromissos de importadores para realizar embargos regionalizados em casos de doenças, como a gripe aviária, em produção doméstica ou industrial de aves.

Um dos exemplos é o Japão, que havia suspendido temporariamente a compra de carne de frango e ovos de Santa Catarina e Espírito Santo, devido à detecção de focos da gripe aviária nos dois Estados.

Em julho, o governo japonês comunicou que concordava com a solicitação brasileira de restringir os embargos apenas aos municípios onde houver detecção de focos da gripe aviária, e não mais o Estado todo.

“Mais de 70% dos certificados sanitários de países importadores já estão trocados, e eles preveem essa situação de realizar apenas embargos localizados”, comemora Santin.

Segundo o presidente da ABPA, existem alguns mercados que ainda não fizeram essa alteração de protocolos, como África do Sul, México, Tajiquistão e outros menores. No caso do México, haverá uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país ainda em setembro, e esse tema deverá ser tratado.

Pequenos exportadores

A ApexBrasil e a ABPA também buscam integrar ações, junto com o Sebrae, para fomentar a exportação de proteína animal de pequenas empresas e cooperativas. “Queremos multiplicar o número de exportadores e dar oportunidades para quem sonha exportar, mas não sabe como”, afirma Jorge Viana.

Segundo Ricardo Santin, o incentivo aos novos exportadores dará atenção especial às regiões Nordeste e Norte do país, que têm baixa representatividade nos embarques brasileiros de aves e suínos.

Em 2022, segundo a ABPA, os estados do Norte e Nordeste representaram apenas cerca de 0,30% da 4,822 milhões de toneladas de carne de frango exportadas.

Fonte: Globo Rural

Para ler a reportagem original, acesse: https://globorural.globo.com/pecuaria/aves/noticia/2023/09/brasil-busca-abertura-de-mercados-na-africa-para-a-carne-de-frango.ghtml

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