Brasil buscará mais trigo nos EUA, Canadá e Rússia após quebra na Argentina
out, 28, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202243
Uma quebra de safra de trigo na Argentina por adversidades climáticas como seca e geadas levará o Brasil a buscar maiores volumes do cereal em origens alternativas, como Estados Unidos, Canadá e Rússia, para suprir suas necessidades, avaliaram especialistas do mercado.
“Geralmente, o Brasil puxa cerca de 6 milhões de toneladas da Argentina, mas dificilmente a gente vai conseguir tudo isso lá este ano, então diria que temos uma brecha de 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas que poderia vir fora do Mercosul”, afirmou o consultor em gestão de risco da StoneX Fábio Lima, especialista em trigo.
Entre agosto de 2021 e julho de 2022, o Brasil importou 5,5 milhões de toneladas de trigo da Argentina, que responde por grande parte das importações do país, um dos maiores compradores globais, que tem consumo acima de 12 milhões de toneladas por ano.
Ele lembrou que a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul está zerada para importação de alguns produtos neste ano, incluindo o trigo, e que o Brasil conta também com uma cota anual de 750 mil toneladas isenta da TEC de 10% para compras de fora do bloco comercial, e deve usá-la em 2023.
Lima disse que é difícil estimar a partir de quando o trigo de fora do Mercosul poderia começar a chegar. Mas ele comentou ter recebido informações –não imediatamente confirmadas– da chegada recente de uma carga russa. Ele não tinha detalhes sobre o porto de desembarque ou volume.
“Como os argentinos estão com parcela bem grande vendida, acho bem provável que vamos ter que buscar trigo em destinos alternativos, primeiro nos Estados Unidos, mas também com potencial de Canadá e Rússia”, disse Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio.
“Agora, importar significa pagar caro, mesmo considerando a isenção de imposto de importação, isenção de qualquer tipo de tarifa… a régua está muito alta. Está caro, e aí isso significa para o médio e longo prazo um cenário altista.”
Ele citou cotações na bolsa de Chicago sustentadas pelas incertezas de exportação do trigo ucraniano pelo corredor do Mar Negro, safra ruim na Europa e preocupações climáticas nos EUA.
Conforme Cogo, os argentinos já venderam quase 9 milhões de toneladas da safra 2022/23, cuja colheita começa a ganhar ritmo nas próximas semanas. “Ou seja, praticamente a Argentina já não tem muita coisa pela frente.”
Com a menor oferta projetada, o trigo argentino disparou no último mês de 320 dólares/tonelada para 380 dólares/toneladas (base região portuária Up River), destacou Lima, da StoneX.
Fonte: Money Times
Para ler o artigo original completo, acesse: https://www.moneytimes.com.br/brasil-buscara-mais-trigo-nos-eua-canada-e-russia-apos-quebra-na-argentina/
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