Brasil, com parceiros do Mercosul, planeja se tornar um polo exportador global de arroz

Como a Índia, líder mundial em exportações, restringe os embarques de arroz, o Brasil sinalizou na Organização Mundial do Comércio (OMC) que, junto com os parceiros do Mercosul, está pronto para ampliar as exportações e ajudar na segurança alimentar global.

A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) disse que o país, que exporta até 1,5 milhão de toneladas do cereal por ano, tem capacidade para somar mais 2,5 milhões de toneladas, incluindo estoques provenientes de países vizinhos do Mercosul.

“O custo de produção de arroz no Brasil é muito maior do que nos parceiros do Mercosul”, disse Andressa Silva, diretora executiva da Abiarroz, referindo-se aos custos envolvendo questões ambientais, trabalhistas, logísticas, entre outras.

“Uruguai, Paraguai e Argentina enviam arroz para o Brasil a um preço mais baixo, resultando em superávit porque nossa produção interna é destinada ao consumo. E o Brasil está trabalhando para se transformar em uma plataforma de exportação de arroz no Mercosul, com produção nacional e os volumes que absorve.”

No painel liderado por Abiarroz no Fórum Público da OMC, especialistas voltaram a apontar os riscos decorrentes das restrições à exportação de alimentos.

A Índia, que exporta arroz impulsionado por subsídios para 150 países, proibiu recentemente os embarques do chamado “arroz quebrado”, considerado de segunda linha e amplamente utilizado na alimentação animal, mas que é adquirido por vários países africanos para consumo humano por ser mais barato. O governo também restringiu a venda de diversos produtos (branco, marrom, etc.), não incluindo os embarques de arroz basmati.

Andressa Silva, diretora-executiva da Abiarroz, destacou que, enquanto alguns governos impulsionam a produção agrícola com subsídios, distorcendo mercados e proibindo exportações, os consumidores no final da cadeia são os que mais sofrem. Assim, nesse cenário, o aumento das exportações brasileiras poderia auxiliar os esforços para fortalecer a segurança alimentar global.

Carolina Matos, gerente de exportação da entidade, disse que há oportunidades para expandir os embarques para a América Central e do Norte, Europa, Oriente Médio e África. O Brasil é o décimo maior produtor mundial (2% do total) e o maior produtor fora da Ásia. Atualmente, é o 12º maior exportador de arroz de alta qualidade.

O embaixador brasileiro na OMC, Alexandre Parola, destacou aspectos da sustentabilidade na produção brasileira. Segundo Abiarroz, o arroz brasileiro tem os menores teores de arsênio, graças às qualidades naturais do solo, e não é transgênico. Além disso, 80% da produção está concentrada na região Sul, distante da Amazônia. Em 45 anos, a área plantada encolheu no país, mas a produção dobrou.

Fonte: Mercopress

Para ler o artigo original completo, acesse: https://en.mercopress.com/2022/10/05/brazil-with-mercosur-partners-plans-to-become-a-global-rice-exporting-hub

Sharing is caring!