Brasil comunica fim do foco de doença de Newcastle a órgão internacional de saúde animal
jul, 26, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202430
O governo federal informou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e os países importadores de carne de aves do Brasil ontem que conseguiu encerrar o foco da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul.
As ações de vigilância continuarão no entorno da propriedade onde o caso foi confirmado, em Anta Gorda (RS), na semana passada. O Ministério da Agricultura também vai investigar as possíveis causas da ocorrência e monitorar o abate e a destinação da carne das aves criadas em 49 granjas comerciais existentes no raio de 10 quilômetros do foco erradicado.
A expectativa do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, é que a rápida resposta do serviço sanitário brasileiro para identificar, conter e eliminar o vírus do plantel comercial dê agilidade à normalização do fluxo de exportações de produtos avícolas do país.
Os importadores são informados diariamente sobre os avanços no caso. Com suspeitas de novos focos descartadas nesta semana, a área de emergência foi reduzida e o alcance das restrições foi revisto.
“A conclusão do foco significa mais robustez de dados que vamos entregar aos países para que possam analisar e dizer que estamos livres de Newcastle e que podemos voltar a certificar”, disse Goulart em entrevista à reportagem
O encerramento ocorreu apenas uma semana após a confirmação do caso, no dia 17. As amostras foram coletadas em 9 de julho e encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Campinas (SP). O prazo para a conclusão do foco é de 21 dias.
Com o foco erradicado, é preciso comprovar a ausência do vírus nos próximos 90 dias para que a OMSA declare o país como zona livre da doença novamente. A retomada do fluxo das exportações, porém, não depende do retorno oficial desse status. A volta das compras depende exclusivamente dos países importadores.
Cauteloso, o secretário evitou estimar prazo para a retomada total das vendas externas.
Clientes de peso, como China e México, seguem com restrição em todo o país. A área negocial da Pasta, com os adidos agrícolas baseados nesses países, deve adotar estratégia específica para viabilizar a retomada do comércio no menor prazo possível, segundo Goulart.
“A fonte de foco está eliminada e não houve espalhamento. Isso nos ajuda a antecipar a contagem de tempo para conclusão da atividade total e volta à condição sanitária anterior”, disse o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota. “O sistema de produção avícola comercial brasileiro não foi violado. É uma situação pontual para o estabelecimento”.
A Pasta seguirá na investigação de possíveis causas do foco. O vírus é comum em pombos. Os eventos climáticos extremos na região podem ter contribuído para o contato da criação comercial com aves silvestres infectadas ou secreções. “Uma das causas possíveis é que tenha havido uma ruptura da biosseguridade dessa granja. O mais provável é que tenha sido fonte externa”, afirmou Goulart.
O ministério já descartou a possibilidade de que a doença tenha sido introduzida por elos anteriores da cadeia avícola, no incubatório e reprodução, e constatou que o vírus não se espalhou.
Nas 858 propriedades rurais que existem no raio de 10 quilômetros do foco, há 49 granjas comerciais — duas de reprodução. As aves alojadas nesses estabelecimentos — de 12 mil a 15 mil por criatório — terão o abate em frigoríficos da região acompanhado e controlado pelo governo. As carnes terão que passar por tratamento térmico e poderão ser comercializadas no mercado interno ou externo, mas não in natura.
O Centro de Operações de Emergência Zoossanitária (CoeZoo), composto por servidores federais e estaduais, fará a emissão das Guias de Trânsito Animal (GTA) das propriedades, para monitorar as rotas de escoamento dos animais que saem dos municípios de Anta Gorda, Ilópolis, Doutor Ricardo, Putinga e Relvado. Não há frigoríficos nesse perímetro. As aves deverão ser abatidas em Marau e Lajeado.
As aves terão acompanhamento especial na inspeção nos abatedouros. “Com a GTA, temos um mecanismo de aviso antecipado ao estabelecimento que vai abater para se organizar, receber as aves e mantê-las segregadas, sem contato com outras”, explicou o diretor Marcelo Mota. Ele ressaltou que a região é considerada limpa e livre da doença, mas que o despovoamento das granjas e o monitoramento do produto final é uma medida adicional de segurança.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, disse que o setor tem condição de estocar a produção cuja exportação está bloqueada há uma semana, mas ressaltou que a redução das restrições dá alívio para as indústrias. “Estamos dentro da nossa capacidade. É lógico que se demorasse mais tempo as coisas iriam se agravar. A tendência é regularizar aos poucos para que não haja grandes impactos”, afirmou.
Essa capacidade de estocagem ficou pressionada, disse Carlos Goulart. “Acreditamos que conseguimos contornar o impacto comercial sem causar forte crise de estocagem de produção de aves. A cadeia de aves é a mais sensível à interrupção de fluxo comercial”.
Source: Valor Econômico
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