Brasil dá mais um passo para vender milho à China
maio, 24, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202221
Brasil e China assinaram dois protocolos fitossanitários para viabilizar a futura exportação de milho e amendoim brasileiros ao país asiático durante a sexta Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), realizada no dia 23 de maio. A assinatura não garante o início imediato dos embarques. A próxima etapa será o início da habilitação de estabelecimentos exportadores. Acordos para comercialização de farelo e proteína de soja e gergelim ainda não foram concluídos.
Foram aprovados o plano estratégico, que vai basear as tomadas de decisões bilaterais da próxima década, e o plano executivo, com diretrizes sobre a relação sino-brasileira até 2026. Os documentos repetem a necessidade de mais diversificação na pauta de exportações. Os acordos reforçam o papel do Brasil como parceiro confiável para atender a demanda da China por segurança alimentar.
Veja abaixo quais foram os principais destinos das exportações de milho do Brasil em 2021 e 2022 de janeiro a março. Esses dados foram fornecidos pelo DataLiner.
Principais destinos de exportação de milho | 2021 | Jan – Mar 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que comanda a seção brasileira na Cosban, disse que o intuito é agregar valor aos produtos já exportados para a China, em cadeias como soja, minério de ferro e petróleo. “E queremos abertura para novos produtos. Discutimos a questão do trigo, que será produzido na Bahia, no Ceará e em Roraima”, disse após a reunião. Hoje, o Brasil é importador de trigo.
Na lista de ações a serem adotadas até 2031 está o compromisso de formular e implementar, “de maneira científica e minimamente restritiva ao comércio”, as medidas sanitárias e fitossanitárias em linha com os padrões estabelecidos por organizações internacionais. A questão é sensível ao Brasil, que ficou três meses sem exportar carne bovina aos chineses no ano passado devido aos dois casos atípicos do mal da “vaca louca” confirmados no país.
Frigoríficos brasileiros seguem sob embargo em virtude da identificação de ácido nucleico do novo coronavírus em embalagens de carnes congeladas enviadas para a Ásia. O setor reclama que as suspensões não têm “base científica”.
“A China adotou uma estratégia de enfrentamento da covid totalmente distinta do restante do mundo, de covid zero. Volta e meia isso causa alguma ruptura nas cadeias de suprimentos globais, mas no nosso caso tivemos um relacionamento bem intenso”, disse Mourão.
O plano executivo aprovado hoje, com diretrizes até 2026, tem um artigo específico com as medidas que deverão ser adotadas para agricultura, aquicultura e pesca. O documento afirma que os países “concordam em aprimorar a cooperação em requisitos sanitários e fitossanitários, aperfeiçoar o processo de habilitação de novos estabelecimentos exportadores e a adoção dos status sanitários já reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e as recomendações formuladas pela Convenção Internacional de Proteção dos Vegetais (CIPV), bem como as diretrizes do CODEX Alimentarius, com vistas a promover o comércio, ao mesmo tempo em que protege a vida e a saúde humana, animal e vegetal”.
O texto fala em “intensificar a colaboração para o fornecimento de alimentos de qualidade e acelerar o acesso recíproco aos seus mercados” e cita esforços para assegurar “a previsibilidade da produção e comércio agropecuários no longo prazo”.
O Brasil tentará se beneficiar de alguns fundos verdes criados pelos chineses, mas Mourão disse que o desmatamento da Amazônia não foi tema das conversas.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria original completa, acesse:
https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/05/23/brasil-da-mais-um-passo-para-vender-milho-a-china.ghtml
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