Brasil exportação soja - brazilian soybean exports
Regras de Comércio

Brasil deve vender mais soja aos árabes, segundo estudo

fev, 02, 2021 Postado porSylvia Schandert

Semana202105

Estudo realizado pelo setor de Inteligência de Mercado (IM) da Câmara de Comércio Árabe Brasileira apontou que há uma expectativa de crescimento nos embarques de soja brasileira aos árabes, motivado pelo aumento do preço da commodity nos próximos anos no mercado internacional. Segundo o estudo há indicações de que o crescimento nas exportações ocorrerá também em nível global.

De acordo com o órgão, o potencial de mercado para o produto se deve à produção de ração animal e ao próprio uso para alimentação humana da soja. O imposto tarifário das vendas de soja do Brasil aos árabes é considerado baixo, o que também favorece o comércio.

É o que já ocorre nas exportações brasileiras à Arábia Saudita, Tunísia, Argélia e Egito. Estes países têm tarifa zero para as importações vindas do Brasil. De 2018 a 2020 os envios do produto se concentraram nesses quatro países.

Para ir além dessas fronteiras, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira destaca como mercados potenciais o Bahrein, Iraque, Jordânia, Líbano, Palestina e Sudão. As tendências que levam esses mercados a se destacarem são a alteração dos hábitos de consumo atrelados à perspectiva de aumento da renda.

“O consumo de soja tem crescido de maneira muito acentuada frente ao aumento da renda, principalmente em países em desenvolvimento. O Fundo Monetário Internacional estima um crescimento da renda na maioria dos países árabes entre 2020 e 2025, países nos quais também deve ser observado crescimento populacional relevante”, diz o texto do estudo.

Outro ponto é que, em decorrência do uso da soja como ração do gado, despontam oportunidades nos países árabes que têm avançado na produção de proteína animal. É o caso observado na criação de bovinos na Arábia Saudita, Catar, Omã e Tunísia.

Exportação Brasileira de Soja (HS 1201) para os Países Árabes | Jan a Dez 2016-2020 | WTMT

Entre os pontos fortes desse comércio está a contribuição da soja e seus subprodutos ao Produto Interno Bruto (PIB) e às exportações agrícolas no Brasil. Há, ainda, o fato da soja ser utilizada como substituta do leite em produtos como leite de soja, queijo de soja, ou adicionada a itens como pão de soja, massa e farinha, e da própria carne vegetal, que se alinha ao consumo entre os jovens árabes.

Apesar de ser apontada como produto com potencial para diminuir a insegurança alimentar, o estudo aponta que é baixa a possibilidade da introdução ou expansão da produção de soja em países em desenvolvimento na África. Entre os desafios do mercado está a produção concentrada em poucos países, entre eles, Estados Unidos, Brasil, China e Argentina, que respondem por quase 90% da produção mundial. A monocultura também é alvo de críticas emergentes por conta da expansão da área cultivada.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe

 

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