Brasil em risco de tarifa de açúcar enquanto Argentina questiona cota de trigo livre de tarifa oferecida aos EUA

A aprovação do Brasil de uma cota livre de tarifas de 750.000 toneladas dos EUA, e possivelmente outros países não-Mercosul, está causando preocupação no governo argentino, que pode retorquir com uma tarifa de açúcar. Segundo dados de um relatório da Reuters, das 6,8 milhões de toneladas de trigo importadas pelo Brasil em 2018, a Argentina forneceu 5,9 milhões de toneladas. A maioria restante veio dos EUA e do Paraguai. A decisão de cota livre de tarifas causa um grande impacto para os produtores de trigo no cinturão agrícola da Pampa na Argentina. Depois de veículos, o trigo é a segunda maior commodity de exportação da Argentina para o Brasil, o que gerou US $ 1,3 bilhão em receitas no ano passado. A empresa de consultoria Intel FCStone estima que a safra de trigo do Brasil deve atingir uma alta de 3 anos de 6,6 milhões de toneladas na safra de 2019/20, e as importações de trigo devem cair para 5,7 milhões de toneladas na mesma temporada, comparado a 7 milhões de toneladas em 2018/19 ano de colheita.

Segundo uma fonte do governo citada pela Reuters, a Argentina está aguardando mais informações sobre a nova cota de importação antes de afirmar seu direito como membro do Mercosul de apelar da decisão do tribunal do bloco do Mercosul ou até recorrer à OMC. A Argentina não vê justificativa para a cota tarifária oferecida aos EUA, uma vez que a produção brasileira de trigo aumentou no passado recentemente. Autoridades do governo indicaram que uma tarifa pode ser aplicada ao açúcar brasileiro em resposta à decisão do acordo Brasil-EUA.

O gráfico DataLiner a seguir mostra as principais origens de importação de trigo do Brasil:

De acordo com a Reuters, os agricultores brasileiros também sinalizaram preocupações sobre a tarifa, “agora há outras 750 mil toneladas que competirão com a produção nacional”, disse uma fonte da indústria do trigo no Paraná.

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